Semana passada, o Ibiá publicou reportagem informando que os casos de violência doméstica aumentaram 72% na região no mês de janeiro em comparação com o mesmo período do ano passado. Infelizmente, as mulheres não enfrentam a violência só dentro de casa. Até mesmo quando contratam um serviço de transporte por aplicativo, justamente porque não se sentem seguras nos ônibus ou circulando a pé pelas cidades, o risco existe.
Foi o que aconteceu domingo, em Viamão. Uma adolescente gravou e divulgou nas redes sociais o assédio sofrido durante uma corrida pelo aplicativo Uber. No vídeo, a menina, de 17 anos, registra diálogo com o motorista, com a câmera virada para o próprio rosto. O condutor sugere que pode “namorar” com ela e que não há problema nisso, já que ela é maior de 13 anos. A garota tenta se esquivar, dizendo ter idade para ser filha dele. Nesse momento, o condutor responde: “não sou teu pai e faria coisas que teu pai não faria. Pode ter certeza”.
A vítima compartilhou o vídeo com a mensagem “sendo assediada pelo Uber, tá meninas?”, divulgou a foto do motorista e denunciou o caso à empresa. A Uber afirmou que considera a conduta inaceitável, o condutor teve a conta banida e não atua mais pela plataforma.
Dias antes, foi a atriz Mel Maia, de 15 anos, que usou as redes sociais para revelar que foi assediada por um homem casado no Instagram. “Essa sua língua deve fazer mágica”, escreveu ele. Mel reagiu e enviou um print do “ataque” para a esposa do sujeito e depois o comunicou: “agora aprende a ter educação”.
É preciso ressaltar que a maioria dos homens não age assim e sabe respeitar as mulheres. Contudo, os assediadores sempre existiram. A diferença é que, finalmente, as vítimas estão tendo a coragem de denunciar e buscar punições. As mesmas “redes” em que pedófilos caçam suas presas estão servindo para expor sua identidade e atitudes. É uma ajuda que as autoridades devem aproveitar para enquadrá-los.