Um temporal atingiu fortemente parte de Montenegro, causando danos, transtorno e medo. Um dos problemas da ventania foi o rompimento da rede elétrica que garante o funcionamento de uma das estações de tratamento da Corsan, deixando o município quase 24 horas sem abastecimento de água. Bastou as primeiras horas de corte, devido à saturação dos reservatórios para a comunidade se manifestar, indignada, nas redes sociais. Uma crise que deu o gostinho de um possível racionamento de água devido a estiagem.
Antes de tudo, neste contexto do desabastecimento entre sábado e domingo, voltou ao cerne do debate e infraestrutura de emergência da Companhia de Saneamento. A pergunta retórica é o motivo de não haver um gerador de energia nas bombas de captação e nos laboratórios de purificação da água. Claramente é o único serviço essencial que não conta com um sistema para casos de corte de energia, seja por acidentes naturais ou causados, seja por manutenção na rede elétrica.
Mas o corte deste final de semana foi totalmente imprevisto. Um acidente que combinou com temperaturas extraordinárias e sol constante. Logo os reservatórios secaram, criando o incomodo de torneiras vazias para beber, preparar alimentos e realizar hábitos de higiene. Desesperador, é verdade!
Todavia, se a terceira estiagem seguida no Rio Grande do Sul não retroceder, caminhamos para dias de Rio Caí seco, muito abaixo das “bocas” das bombas de captação. Já são 163 municípios gaúchos que notificaram declaração de situação de emergência e 142 decretaram de fato a emergência. Destes, muitos adotaram o racionamento de água na Zona Urbana, com cortes programados durante todos os dias da semana.
Se hoje Montenegro curte uma tranquilidade ao verificar que não chegou perto; devemos ter bem claro que ainda caminhamos em direção deste cenário agreste. Tivemos uma pancada de chuva concentrada sobre o asfalto do centro, durante, no máximo. 15 minutos. Nossa realidade de estiagem severa não retrocedeu.
Desta forma, se faz cada vez mais imperativo a consciência de coletividade. Economizar água já não significa uma ação de benevolência, que caracteriza um cidadão voluntarioso. Não desperdiçar este tesouro essencial à vida é obrigação, refletindo a condição de viver em comunidade.