Acolhimento Familiar

Está em trâmite em Montenegro a implantação do programa de Acolhimento Familiar. Não se trata de uma novidade, mas de algo já praticado em muitos lugares e que, na avaliação do Judiciário, só traz vantagens às crianças e adolescentes. Numa explicação bastante resumida, o Acolhimento Familiar ocorre quando o menor não pode ficar com a família e está abrigado sob a tutela do Estado. Neste caso, a criança poderá contar com o aporte emocional e a convivência com uma família por um período determinado. Essa família não poderá adotá-la – já que este não é o objetivo do programa – mas lhe ajudará a passar pelo período em que ainda não está definido se poderá retornor à família ou encaminhado para a habilitação à adoção.

Como qualquer ação promovida com crianças e adolescentes, precisa obviamente de todo o zelo em seus trâmites. A definição das famílias que integrarão o programa deve ser extremamente cuidadosa já que as crianças estão sob os cuidados do Estado. Mas, para além das preocupações, precisamos pensar no quão importante essa convivência familiar será para cada um dos envolvidos.

Vivemos em um país em que, por preferências – de raça e sexo, principalmente – temos crianças lotando abrigos e também, paralelamente, fila de pais querendo um filho. Muitas das crianças que estão em abrigos chegarão aos 18 anos sem ganharem novos lares definitivos. E, quando chegarem à maioridade, serão entregues a uma sociedade que não as acolheu como deveria e não lhes apresentou conceitos como o de lar e de família.

Há quem se preocupe com o corte dos laços que em algum momento ocorrerá já que a família não poderá adotar aquela criança. É um questionamento bastante justo, afinal é natural e até esperado que o acolhimento produza laços emocionais que, neste caso, serão encerrados ao final do programa. Mas esta questão não apaga todo o amor e os ensinamentos transmitidos pela família acolhedora ao menor, enquanto conviveram. E isso precisa ser valorizado.

Esperamos que o programa avance no tempo certo, com a devida análise e preparação. E que nossas crianças sejam acolhidas pela sociedade montenegrina, tendo condições de crescer de forma saudável e tornar-se cidadãos que contribuirão para uma cidade melhor no futuro.

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