A quatro mãos

Ninguém escolhe em quem vota por apenas gostar ou desgostar do candidato ao cargo de vice (ou, pelo menos, não deveria!). Isso vale para eleições de prefeito, governador ou presidente. E está certo, afinal, o cabeça de chapa é quem – espera-se – passe os quatro anos no governo. Contudo, há inúmeras variáveis que ameaçam essa condição. De afastamentos temporários até processos de impeachment e morte, há muitas possiblidades do vice assumir a cadeira principal. E, neste momento, não adiantará mais analisar seu histórico, formação ou pensamento político. Ele ou ela já recebeu seu voto de confiança, às vezes sem você ter qualquer informação a seu respeito.

O histórico recente de Montenegro mostra que vices assumirem a cadeira de prefeito não é assim tão raro. Seja qual for o vice eleito em 2020 para os próximos quatro anos, ele pode, daqui a algum tempo, tomar posse por alguns dias, semanas ou até o final do mandato. Mas é bom lembrar que mesmo nos casos em que o prefeito, governador ou presidente da República permanecem no cargo, seus companheiros de chapa costumam ter papel relevante.
Governar não é algo que se faça sozinho. É um trabalho para quatro mãos. O vice é eleito para estar junto, para ficar ao lado, para colaborar. E assim também fazer diferença no governo e na vida das pessoas. Como numa dupla musical, é a segunda voz. Não pode dar certo se não estiverem “afinados”.

Lamentavelmente, nem sempre essa parceria nasce pelas razões corretas. Em muitos casos, a escolha é uma imposição partidária que une pessoas sem a mínima afinidade política. Às vezes, ao longo do governo, chovem acusações de traição. É isto que o eleitor tem de evitar a qualquer preço porque assim não há possibilidade de um trabalho bem feito.

A campanha eleitoral deste ano será curta. E num 2020 tão difícil, talvez você seja um dos que está desiludido, a ponto de nem querer ouvir falar em eleições ou candidatos. É justificável, principalmente pelo péssimo trabalho de muitos políticos. Mas lembre-se que, quando a contagem de votos estiver encerrada, o destino da sua cidade estará escrito pelos próximos quatro anos. Analisar o currículo de um candidato disposto a encarar um emprego tão relevante na vida de milhares de pessoas é fundamental e merece a dedicação de todos. Se contratar a “dupla errada”, a demissão, além de difícil, custa caro demais. Escolha bem!

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