É impressionante como a humanidade realmente se distanciou da Natureza. Estava inserida em um sistema perfeito, onde a harmonia garantia o ciclo de nascimento, desenvolvimento e frutificação das plantas. Não era preciso fazer muito! Apenas usufruir dos benefícios da “mãe terra” e de seus “filhos”. Mas o humano resolveu fazer tudo ao seu jeito e interferiu no sistema.
Entre suas vítimas, a mortandade das espécies de abelhas comprometeu, simplesmente, a produção de alimentos. E há uma ironia mórbida no fato de uma das formas de abater estes insetos é matando-os de fome.
Mas a análise a respeito do risco de uma extinção das espécies prevê voltar no tempo e ponderar realidades. Havia um tempo no qual um inseto era considerado nocivo, provocando medo nas pessoas. Certamente a abelha foi colocada no mesmo nível de moscas e mosquitos, transmissores de doenças, a exemplo do Aedes Aegypti. Além disso, foi popularizado um temor daquelas com ferrão, chamadas no Brasil de “abelha africana”; em teoria que recebeu inclusive desserviço do cinema.
O tempo passou e a humanidade evoluiu, sobretudo nas Ciências biológicas e tecnológicas. É correto esperar que essa consonância tivesse resultado positivo, com mais conhecimento a respeito do ciclo da vida natural através da polinização e da disseminação de todo este saber através da Internet e das redes sociais. Todavia, de forma frustrante, confirmamos um desvio de rota.
Ao que tudo indica, o avanço com maior sucesso é da química, que, a cada dia, coloca no mercado mais agrotóxicos, com mais letalidade e maior poder de abrangência sobre aqueles considerados inimigos da lavoura. O avanço que correu somente no campo do “destrutivo”, criando uma simbiose às avessas, no qual o agricultor mata suas aliadas espontâneas, para depois gastar milhões na busca desesperada de reposição.
Já passou da hora de cada pessoa entender que deve diminuir, ou parar totalmente, com ações agressivas ao Meio Ambiente. Para o cidadão comum está postura é mais difícil, uma vez que dependente de sistemas coletivos fortemente impetrados no cotidiano. Isso remete à responsabilidade dos governos e empresas na busca de soluções, como para a destinação do lixo. A mesma responsabilidade também pode lhes ser atribuída no que tange salvar as abelhas da morte por envenenamento.