A morte da tranquilidade

Findou-se o tempo em que os moradores das pequenas comunidades podiam gabar-se de dormir tranquilos e até esquecer a porta de casa aberta. Pareci Novo, por exemplo, acordou ontem com a triste notícia de que o policial Leandro de Oliveira Lopes foi assassinado friamente no interior do município. Justamente uma região onde deveria haver mais calmaria.
E o que isso representa para a cidade? Desde que a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul divulga os indicadores criminais por município, em 2002, Pareci Novo não teve nenhum homicídio ou latrocínio registrado. Ontem, após tantos anos de tranquilidade, a paz foi arrancada dos moradores com um tiro em quem estava zelando pela segurança da nossa região.
Junto com o agente Leandro, a tranquilidade e os anos de calmaria em Pareci foram mortos nessa manhã. A cidade experimenta um pouco do desespero e da sensação de encarceramento dos grandes centros. Com policiais por todos os lados, medo nas casas e aulas suspensas pela ação dos criminosos. Certamente, o barulho de tiros, as sirenes e o helicóptero sobrevoando a localidade do Matiel serão cenas que demorarão muito para sair da cabeça dos moradores.
Mesmo que esses criminosos sejam capturados – e que sejam! – a sensação de insegurança permanecerá em Pareci Novo, assim como permanece em tantos outros pequenos municípios afetados pela bandidagem. Maratá, São Sebastião do Caí, Vale Real e Capela de Santana, com seus caixas eletrônicos explodidos que o digam. Essas cidades são exemplos muito próximos de locais que não conseguem mais sentir a segurança de outrora.
E o investimento na segurança pública, onde está? Enquanto a gente segue cobrando e aguardando ações concretas por parte dos governantes, a população e a própria polícia continuam à mercê dos bandidos, que cada vez mais atacam as pequenas cidades.

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