O Sindicato dos Professores, o CPERS, realiza hoje, em Montenegro e cidades da região, integrantes do 5º Núcleo da entidade, uma caravana pelas escolas da rede estadual de ensino. Uma das grandes demandas, por óbvio, é convencer mais educadores a aderirem à luta da categoria por reajuste salarial. Algo justo, sobretudo por nossos educadores estarem há sete anos sem reajuste.
Mas, por mais justa que seja essa demanda, a caravana precisa ir além. Melhorar a educação passa por salário justo a educadores e funcionários das escolas, mas não é só isso. E a direção do Sindicato sabe. Tanto que o segundo objetivo da atividade é fiscalizar a estrutura das escolas e as condições de trabalho dos educadores. As escolas devem oferecer segurança aos alunos e servidores. Têm de estar limpas e com álcool em gel disponível à higienização, além de comportar o distanciamento adequado entre as classes. Têm de oferecer aos professores condições de ensinar e aos alunos de aprender.
Situações que fogem a esse cenário não podem ser aceitas pelo CPERS. Em entrevista à Rádio Ibiá Web na última segunda-feira, 15, a presidente estadual do Sindicato se referiu à situação de uma escola de Porto Alegre que está sem luz por ter tido fios roubados como “trágica situação”. Nós montenegrinos sabemos bem disso. É provável que se encontre problemas em vários educandários por aqui, mas, especial atenção deve ser dada ao Polivalente, afinal, ali, há mais de um ano não há energia elétrica.
Mais do que brigar para que, diante de problemas, o Estado não obrigue os alunos (e por consequência os professores e funcionários de escola) a retornarem ao ensino presencial, é preciso que pressionem pela solução dos problemas. O ensino híbrido, com atividades feitas em casa, pode até vir a ser uma realidade que traga novas possibilidades didáticas e pedagógicas, mas não pode servir de tapume para disfarçar os erros da administração pública. As crianças e os trabalhadores têm direito a escolas dignas e não podem se contentar com menos que isso.