Chegou o dia! Pela promessa do atual governo municipal de Montenegro, os moradores da Rua dos Imigrantes deixarão de comer poeira. Imagine que essa situação perdura há muitos anos. Alguns cidadãos acumulam mais de 30 anos de moradia e relatam o descaso com uma das maiores vias urbanas da cidade. Trabalhadores que contribuem com o desenvolvimento, mas não tinha direito ao básico, vivendo em uma região que faz parte da história dos 150 anos do Município.
A extensão da Imigrantes fazia parte de uma das linhas do trem que cruzava o Vale do Caí. Através dela chegavam e partiam riquezas que contribuíram com o crescimento de Montenegro e da região. Todavia, uma fartura que não alcançou àqueles que foram marginalizados as laterais da rede férrea. A comunidade nasceu de uma ocupação legítima de quem precisa de um lar.
A comunidade da Vila Esperança como um todo surgiu desta forma rebelde, tendo abrigado aqueles que correram ao novo eldorado do Sul. Durante a criação do Polo Petroquímico a promessa era de pujança. Mas que, novamente, não alcançou a todos que vieram para Montenegro em busca de emprego e de benefícios do projeto CURA.
O direito à moradia foi reconhecido ao longo dos anos, dando palco as ações de regularização fundiária. Deve ser aplaudido quando a posse foi legitimada com distribuição de Escrituras de propriedade. Uma legalização que traz atrelado o deve de pagar o imposto territorial e predial urbano, mas com hipotética justificativa.
As casas regularizadas seguiam de frente para uma estreita via de chão batido, que oferece nuvens de pó nos dias de sol e barro naqueles de chuva, que inclusive fica empoçada ao longo de sua extensão. O merecimento ainda não havia sido inteiramente reconhecido aos moradores da Imigrantes.
A comunidade foi discriminada e considerada favela por aqueles que passam rapidamente pelo asfalto, apenas espiando à direita ou à esquerda. Sem o barulho ferroso do trem esfumaçante, seguiam a margem do caminho.
Por isso, nasceu e brotou uma empolgação, muito mais vibrante entre os moradores, mas que se espalhou pela cidade. Finalmente “os Imigrantes” serão incluídos e dignificados por inteiro; vivendo em uma rua bonita, organizada e limpa, da forma como todos merecem.