Vai ano, vem ano, e o problema se repete: comunidades do interior que sofrem com a escassez de um dos bens mais básicos e preciosos: a água. E neste ano nem podemos atribuir a falta do recurso às condições climáticas já que – felizmente – a previsão de uma nova grande estiagem não se concretizou no Verão 2020-2021. No entanto, nem mesmo a chuva e o fato de haver, nos nossos interiores, nascentes, açudes e tantos outros pontos hídricos, não é suficiente para que os moradores tenham água escorrendo em abundância quando abrem as torneiras. Às vezes, ela simplesmente não vem.
O drama não é de agora. Muito pelo contrário. Há anos a falta de atenção com as comunidades (nem sempre tão distantes) faz com que os cidadãos de locais como Bom Jardim, Costa da Serra, Faxinal e Muda Boi precisem conviver com o problema. Imagina você abrir a torneira e a água vir apenas em gotas, pequenos filetes ou, às vezes, sequer chegar aos canos? Se em eventos esporádicos isso já é bastante incômodo, quando falamos em um problema recorrente, quase que diário, é preciso muito jogo de cintura para contornar. E se achávamos que a construção de um poço solucionaria a situação pelo menos em Bom Jardim, não esperávamos que uma estrutura falha comprometeria a instalação da caixa d’água para aquela comunidade.
Se, por um lado, a valor pago é um convite ao desperdício, por outro, há demandas que já não são mais supridas e precisam, sim, de atenção especial. Um exemplo é a localidade da Costa da Serra, que tem abastecimento, inclusive com água em condições muito boas, mas a comunidade cresceu (como é bastante natural) e a oferta de recursos também precisa crescer na mesma proporção, a fim de garantir que a população não sofra, como vem ocorrendo. A boa notícia é que no Muda Boi essa estruturação está encaminhada. Mas faltam ainda as instalações necessárias para o funcionamento adequado e, no Faxinal – o mais grave – a água que chega até as torneiras das residência, em sua maioria, é considerada imprópria para o consumo. Um risco à saúde dos contribuintes.
Todos são problemas que demandam investimentos, infraestrutura e atenção especial por parte dos responsáveis. Não é possível que, em pleno século XXI, moradores de locais tão próximos ao Centro ainda dependam da sorte para poder encher seus copos e lavar suas roupas. Esperamos que a vontade dos responsáveis seja combustível para resolver esses problemas tão graves.