A iniciativa do deputado gaúcho Sérgio Peres em transformar a preservação das Abelhas Nativas em ação comunitária talvez esteja sendo subvalorizada; considerada apenas uma ação limitada ao grupo dos Meliponicultores do Rio Grande do Sul. Contudo, o projeto de lei, se de fato implantado em sua totalidade projetada, representará um benefício ao coletivo. Sem exageros, diante de tantas discussões fúteis e inúteis travadas após a catástrofe climática de maio, esta sugestão de uma atitude proativa é a melhor, inclusive considerando o longo prazo.
Para entender a relevância social e humana das abelhas, seja as nativas que não possuem ferrão ou as “africanizadas” com ferrão, é indispensável descrever a biologia envolvida na existência deste ser minúsculo. Quando busca nas flores o Pólen que usará na fabricação da doce iguaria que conhecemos por mel, ela realiza uma operação de fertilização entre flores macho e fêmea. Uma fascinante relação de vida que gira o ciclo de perpetuação das plantas, seja aquelas nativa do bioma, seja as cultivadas pelo ser humano para prover seu alimento.
A verdade é que toda a interferência que estamos realizando no Meio Ambiente está exterminando este agente polinizador, em níveis que acenderam o alerta. A morte das abelhas significa o início da dizimação da raça humana por meio da fome! Parece trágico, porque de fato será uma tragédia, que será reconhecida somente quando olharmos para a face da dor, repetindo a catástrofe climática de maio.
Certamente a tecnologia deverá socorrer o agro, com técnicas artificiais de polinização, mas não sem elevar custos, ou até alterar a comida que conhecemos. Inclusive há um mercado de aluguel de colméias para serem alocadas em meio as plantações devido a ausência das polinizadoras naturais. Irônico pensar que os mesmos gastaram antes com aplicação dos venenos que matam as abelhas.
Agora o setor dos abnegados meliponicultores pede ajuda a todos nós na missão de preservar e reintroduzir as abelhas-sem-ferrão no Meio Ambiente. O programa Polinizar Cidades quer incentivar as caixas de enxame em cada local possível, salientando que uma colméia já faz grande diferença.