A falência do Estado

A falência do Estado do Rio Grande do Sul nas mais diversas áreas é uma realidade dramática. Hoje, 22 de maio, três meses após o começo das aulas, em muitas escolas da rede pública estadual de ensino, ainda faltam professores de diversas disciplinas. Significa que o primeiro trimestre se foi sem que os alunos tivessem tido sequer uma aula de História, de Geografia, de Matemática ou de Língua Portuguesa, para citar apenas alguns exemplos. Não é um problema novo, é verdade, mas que precisa ser resolvido.
Se a discussão enveredar pelo campo da Política, haverá um grupo dizendo que o governo de Eduardo Leite começou em janeiro e que ele ainda não teve condições de buscar a solução. Pode até ser verdade, mas não dá para esquecer que o seu partido, o PSDB, já governou o Rio Grande do Sul com Yeda Crusius e como apoiador da maioria dos inquilinos do Palácio Piratini desde a década de 90. E a situação era exatamente essa.
A falta de mestres ocorre porque a Educação no Rio Grande do Sul nunca foi tratada como uma política de Estado. Independente de quem governe, do partido que for eleito, não dá para deixar as crianças sem atendimento. As decisões nesta área não podem depender dos humores do governador. É preciso criar mecanismos de gestão que corrijam as distorções automaticamente.
Eduardo Leite pode se esconder atrás do pouco tempo de governo neste primeiro momento, mas já deu para perceber que ele adotará os mesmos remédios equivocados que os seus antecessores usaram: contratações emergenciais. E é por isso que o problema se repete ano a ano. As admissões vão ocorrer em maio, com prazo determinado até dezembro. Aí, no ano que vem, mais uma vez, os alunos ficarão sem aulas por alguns meses até que saiam os novos contratos.
Se, de um lado, essa prática causa uma lamentável perda à formação dos estudantes gaúchos, por outro, ajuda a aliviar o deficitário caixa do Estado, que todos os anos economiza os salários de milhares de profissionais no primeiro trimestre. Até porque a recuperação das aulas perdidas, que poderia gerar uma despesa adicional. é basicamente um exercício de faz de conta. Infelizmente, até aqui, a esperança de dias melhores no ensino público dos gaúchos, semeada na campanha de Eduardo Leite, tem resultado numa amarga colheita de frustrações.

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