Abertura da safra de citrus e canastra

Gosto muito de jogar uma canastra. Lembro quando meus pais eram vivos, que passávamos a noite toda jogando canastra na sua casa. Vinham vários vizinhos da Rua Gustavo Koetz, no bairro Cino de Maio, onde morávamos, para jogar ou simplesmente acompanhar a jogatina.

As duplas mais legais de acompanhar eram aquelas formadas pelo meu pai com o nego Taista contra o Carnaval e o Cilon Machado. Era peleado o embate. Entrávamos madrugada adentro vendo as estratégias de cada um. Nego Taista, de nome Claudonir Cipriano, jogava “embaixo do Toco”, ou seja, guardava jogo na mão para dar o bote final. Carnaval era o rei do “coringa” e Cilon Machado não deixava passar uma mesa. Era muito legal e era uma aula de estratégias.

Depois disso, e com praticamente todos os atores acima já falecidos, com exceção do amigo Cilon Machado, passamos eu e meus irmãos a jogar, vez ou outra, uma rodada de canastra, sempre lembrando das noitadas do seu Álvaro, Taista, Carnaval e Cilon.

Agora recebi o convite de jogarmos uma canastra em Lajeadinho, na casa do Maique Kochenborger, e já disse que irei. Não poderia negar um convite do Maique, que nos recebeu tão bem para a Abertura da Safra de Citros deste ano. Foi no último dia 23 de maio, na propriedade da família Kochenborger, em Lajeadinho, que realizamos a 25ª edição do evento.

A família Kochenborger, liderada por seu Irineu, do alto dos seus 83 anos, recebeu um considerável número de produtores, autoridades e empresas para celebrar a Citricultura, depois de dois anos sem podermos promover o evento devido às enchentes, principalmente a de maio do ano passado, quando tivemos a maior da História.

Foram momentos emocionantes e inesquecíveis em uma tarde agradável e que mostrou a força dos produtores de citros da região. Mesmo com a ameaça do “Greening” que está em todo país, exceto no Rio Grande do Sul, a expectativa é de uma colheita produtiva, qualificada e rentável.

Aliás, falando sobre esta praga, foi assinado no evento o termo de cooperação entre o Estado e o Município que prevê o monitoramento e o combate ao Greening, sendo nosso Município o primeiro a assinar um documento em parceria com o governo do Estado para a defesa dos pomares, contra esta que é uma praga devastadora e de consequências inimagináveis caso chegue à nossa região.

Seu Irineu, dona Cleia, Maique e Darwin Kochenborger são exemplos de produtores que trabalham com muito esforço para sobreviver e competir no mundo da agricultura familiar. O patriarca Irineu foi um dos pioneiros a inserir novas técnicas de manejo, tendo, inclusive, morado na Suíça para aprender e depois trazer para sua propriedade as novidades do setor. Um desbravador, portanto.

Uma família que agora luta juridicamente com o Estado para prover sua propriedade com Energia Elétrica trifásica e, assim, conseguir melhor produtividade através do uso de câmara fria e economia com sistema de luz solar. Estamos tentando ajudar naquilo que podemos, mas nem sempre temos condições de contribuir com aqueles que precisam.

É o que sempre digo quando falo sobre a SMDR, secretaria pela qual respondo: se não consigo ajudar, pelo menos não quero atrapalhar a quem produz.

Parabéns à família Kochenborger pela resistência e trabalho. Mas, na canastra, vão perder para minha dupla.

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