Há um ditado que diz: “Diversidade é você ser convidado para uma festa. Inclusão é você ser tirado para dançar”. Diversidade e inclusão são alvo de estudos nas maiores organizações do mundo, como Harvard, MIT, Deloitte, McKinsey. Há uma onda global voltada para a criação de locais de trabalho mais inclusivos. Em muitos países, estudos mostram que empresas que praticam a diversidade de gênero, idade, nação de origem, escolaridade são muito mais rentáveis. A diversidade se mostrou tanto uma questão de justiça quanto um fator de inovação e desempenho. “A empresa mais inovadora também deve ser a mais diversificada”, diz a Apple, “porque sabemos que novas ideias vêm de diversas maneiras de ver as coisas”. Diversidade + inclusão = melhores resultados nos negócios.
As organizações precisam garantir que os locais de trabalho estejam livres de discriminação e permitam que as pessoas atinjam seu pleno potencial e a multiplicidade de pensamento. Isso aumenta a inovação, permite que os grupos identifiquem riscos e suaviza a implementação de decisões. Isso significa diversidade de gênero, promoções internas, creches, práticas de emprego justas (como remuneração igual), liderança participativa, comunicação aberta, pessoas tratadas com respeito, sem discriminação. A inclusão é real quando as pessoas se sentem valorizadas, falam sem constrangimento ou retaliação, capacitadas para crescer, com confiança e inspiração.
Para evitar perdas de talentos, muitas empresas fazem pesquisas entre os funcionários para ver se os “líderes de pessoas” estão comprometidos com a criação de um local de trabalho de pensamento diversificado. A Microsoft oferece benefícios para parceiros de seus funcionários LGBT. E lançou uma bolsa de estudos para estudantes com deficiência física. A P&G gastou US$ 2,6 bilhões com fornecedores de minorias e realizou simpósio para funcionários surdos e cegos. A Colgate-Palmolive criou programas para melhorar a saúde bucal das crianças e dar ajuda financeira aos estudantes hispânicos. Cada vez mais, os clientes estão decidindo as compras baseados em como as empresas se posicionam em questões de igualdade no casamento, gênero, deficiência, idade ou cultura.
Participei de um trabalho com a direção de uma grande empresa global e o presidente, no final, disse: “Me dei conta que somos todos brancos, mesma cultura, do mesmo bairro. Para inovarmos mais, teremos que mudar”. A maioria das organizações vai precisar transformar sua cultura para se tornar plenamente inclusiva. Tarefa difícil para ambientes mais fechados como o nosso Estado ou pequenas cidades do interior, onde muita gente parecida trabalha junto.
Alfredo Fedrizzi
Jornalista e consultor