O projeto Cultura Doadora, desenvolvido pela Fundação Ecarta desde 2012, resulta da percepção de que a solidariedade humana, quando estimulada e desenvolvida a partir de alertas, informações e exemplos, pode salvar e/ou melhorar as condições de vida de muitas pessoas.
O fato é que milhares de pessoas no Rio Grande do Sul e no Brasil aguardam na lista de espera e correm risco de morrer prematuramente pela falta de disposição de familiares para a doação de órgãos de entes queridos que, infelizmente, falecem por morte encefálica – única circunstância em que os órgãos podem ser doados para transplante.
O projeto Cultura Doadora atua na contramão da cultura do egoísmo e do individualismo, que predominam na sociedade contemporânea. Os pressupostos do Projeto e da Cultura para a qual pretende contribuir são a solidariedade, a generosidade e a convicção de que a vida é o bem maior e que a sua preservação e qualificação precisa da participação de toda a sociedade.
A evolução científica e o desenvolvimento da medicina e dos medicamentos viabilizaram os transplantes de órgãos e a possibilidade do seu aproveitamento, em circunstância de morte encefálica. A concretização desta possibilidade depende da vontade do doador, expressa em vida, para que os familiares, no momento de sua morte, cumpram seu desejo.
Considerando que apenas 1% dos falecimentos são por morte encefálica, é fundamental um convencimento e sensibilização muito ampla na sociedade para que a doação e o transplante de órgãos possam fazer uma real diferença, não em uma pessoa ou caso específico, mas no conjunto da sociedade, salvando vidas e acabando com as listas de espera e com o sofrimento de quem nelas aguarda por um gesto de generosidade e amor à vida.
A comunidade de Montenegro foi sensível ao apelo pela vida. O desenvolvimento do Cultura Doadora desde o início do ano já teve o efeito em muitas pessoas e contribuiu para a mudança da situação de doação zero que caracterizava a cidade até o ano passado.
A Fundação Ecarta e a coordenação do projeto Cultura Doadora agradecem a receptividade e parceria do Hospital Montenegro, da sua mantenedora, a Oase de Montenegro, ao Jornal Ibiá e a todas as instituições, entidades e empresas que acolheram e se integraram ao projeto. Com este apoio, temos certeza de que a Cultura Doadora se consolidará em Montenegro e em toda a região do Vale do Caí.
Marcos Júlio Fuhr
Presidente da Fundação Ecarta