Sim, porque quando as pessoas não são hospitaleiras, não te querem por ali, é impossível ter o melhor de um lugar. É complicado demais saber o restaurante com a melhor comida e o preço que caiba no bolso, ou qual posto de combustíveis tem a gasolina mais barata, ou qual camping tem chuveiro bom e com água quente, o que é melhor ou o que é realmente feito para o turista. E o Uruguai, ah, o Uruguai… Sabe aquele país que faz questão de parecer nosso lar em tudo? É assim. Pelo menos com a gente foi assim.
Chegamos ao país por Chuy e logo fomos para Punta Del Diablo. Uma praia lindíssima, que lembra muito a Praia do Rosa, em Santa Catarina, e que nessa época do ano está praticamente vazia, inclusive sem campings abertos. Por isso, seguimos até La Paloma, nossa primeira prova de que o Uruguai nos queria por ali.
Buscamos o Parque Nacional de Santa Teresa, onde está localizada a Fortaleza de Santa Tereza, um antigo forte à beira-mar. O parque é mantido pelo exército uruguaio, é super-hiper-mega-gigantesco e oferece o serviço de camping completo. Nunca esperamos simpatia e gentileza dos militares, o que mostra um pré-conceito terrível, e tivemos que deletar da mente tudo que pensávamos sobre isso.
Fomos atendidos por um senhor (Sargento, pelo que percebemos) que, sorrindo e falando alto, tentou – naquele “portunhol” que também falamos e, por isso, entendemos – nos explicar como chegar à área de acampamento, do outro lado do imenso parque. Até um mapa ele desenhou. Perdeu conosco uns 20 minutos: essenciais para nós e, como nos pareceu, importantes para ele também. Que sensação incrível.
De La Paloma, nos dirigimos a Punta Del Este, Atlántida, onde dormimos, e Montevideo, capital do país, mas que ainda carrega algumas características (que amamos, inclusive) de cidade do interior. Pessoas que te cumprimentam na rua, segurança e, talvez mais importante, sensação de segurança, mercadinhos de esquina, idosos e jovens curtindo juntos praças e espaços públicos e muita gentileza.
Nossa última parada foi Colonia Del Sacramento. História pura, contada pelos moradores, pelas paredes das antigas casas e pelas pedras das estreitas ruelas. Um encanto para fechar com chave de ouro. Nossa passagem pelo Uruguai foi curtíssima e, com certeza, vamos voltar para um período maior só nesse país que nos encantou demais!
Casas com nome
Imagina identificar a casa do seu Jorge e da dona Maria com uma placa, um letreiro na parede ou um escrito em uma pedra com “Jorge e Maria”? Assim são TODAS as casas nas pequenas cidades uruguaias. Enquanto estávamos em Atlántida, saímos a caminhar no fim da tarde e nos deparamos com um nome mais original e lindo que outro. “Bárbara”, “Casa del Bolso”, “Dos Nietos”, “Dr. Pedro” e muitas outras que vocês vão ter que só imaginar porque estávamos sem celular para fotografar. Mas é demais!
Mate
Nós, gaúchos, até gostamos de chimarrão. Mas nada se compara à paixão dos uruguaios pelo seu mate. Eles estão com a cuia e a bomba em absolutamente todos os cantos. No mercado, nos restaurantes, nos carros, nas ruas, indo pra aula… devem tomar até no banho.
Comida boa demais
Nos comprometemos com nós mesmos a comer algo típico do lugar onde estivermos pelo menos uma vez por país. No resto do tempo, vamos reduzindo nosso estoque de arroz, massa, feijão e polenta. No Uruguai, comemos no Mercado Del Puerto, em Montevideo, um Asado – uma carne assada, como o nosso churrasco, mas feita naquelas grelhas de parilla. Simplesmente delicioso. Também experimentamos o Chivito, em Colonia Del Sacramento: quase uma A La Minuta, mas com todos os ingredientes em cima um do outro. Vai carne, bacon, presunto, queijo, ovo, saladas diversas e o que mais eles tiverem por perto.