Damos oportunidade às melhores coincidências

“Espiche! Espiche! Piche, piche, piche!”. Reza a lenda que gritando isso umas 10 ou 150 vezes, cai chope do céu. Pelo menos, foi isso que aconteceu duas vezes por dia todos os dias de 4 a 14 de outubro, durante a Oktoberfest de Villa General Belgrano, na Argentina. O quê? Vocês acham que só quem está aí pertinho de Maratá pode curtir chope, música boa, comida típica e bandinha alemã? Nada disso, minha gente.

Primeiro, antes de qualquer coisa: SAÍMOS DE MENDOZA! Essa frase estava guardada aqui há muitas semanas. A peça não chegou, pra ser sincera. Mas, decidimos deixar a encomenda a cargo do nosso mecânico e superamigo Mariano Paez, que vai receber o pacote e nos enviar, mais ao norte da Argentina (já tivemos experiência com o correio dentro do país quando a porta quebrou, lembram? É muito mais fácil e rápido), e seguir caminho. A melhor escolha que podíamos fazer.

Saímos de Mendoza na sexta à tarde, dia 11, um pouco depois de ir no Correio pela milésima vez. Decidimos isso depois do pessoal do jornal já fechar essa página na semana passada, por isso não pude contar os planos. Mas, sem problema, conto agora: fomos pra maior Oktoberfest da Argentina, que neste ano chegou na sua 56ª edição.

Ouvimos o padre falar na missa que, no início, a Oktober ali era uma festa pequena, para o povo da comunidade comemorar a emancipação. Porém, com o tempo, a “Fiesta de la cerveza” cresceu tanto que tomou proporções internacionais. Hoje, não é difícil cruzar com alemães, franceses, americanos e, claro, muitos e muitos brasileiros entre uma banca de chope e outra. São milhares de pessoas que lotam o Parque Cervezero e as ruas da cidade.

Inclusive, a cidade é um capítulo a parte dessa festa. Todos os estabelecimentos do Centro se preparam para o evento. Se vendem roupas de grife durante o ano, não importa. Na Oktober, vendem tiaras de flores com as cores da bandeira alemã, canecas de chope e chapéus típicos. As ruas ficam tomadas por bandeiras, flores e uma decoração lindíssima. É por essas ruas que passa o Desfile Típico, que abre a programação todos os dias.
Participam desse desfile os organizadores, membros da administração municipal, uma Kombi igual a nossa que distribui chope durante o caminho e todas as pessoas que participarão da programação cultural do dia.

E as atrações são as mais variadas, mesmo: vimos grupos de danças alemãs, obviamente, de danças paquistanesas, cultura ucraniana, sueca, italiana, espanhola, indígena e gaúcha. Além disso, no dia em que participamos, a noite encerrou com o Rocktoberfest, uma mistura de rock argentino com gaita, trompete e ritmos tipicamente alemães. E coincidentemente, fomos no dia com mais atrações. Demais!

Quanto custa?
A festa acontece todos os anos, na primeira quinzena do mês de outubro. São dois finais de semana de programação, que também se estende durante os dias da semana. No primeiro finde, a entrada é mais barata. Neste ano, ficou entre 300 e 400 pesos, R$ 20 e R$ 30, mais ou menos. O segundo final de semana é mais caro e muito mais movimentado, pelo que nos falaram. Pagamos 700 pesos, R$ 50, aproximadamente. Meio salgadinho, mas valeu muito a pena. De segunda a sexta, a entrada é gratuita, exceto pelo último dia, 14 de outubro (segunda-feira), quando ocorre a programação de encerramento e o ingresso, neste ano, custava 400 pesos.

Queria que o Paulo Augusto visse isso
Saímos de Villa General Belgrano um pouco antes da muvuca do domingo de Oktober. Fomos em direção a Jesus Maria, uma cidade pequena e que é superconhecida pelo Festival de Doma e Folclore, que é o maior da América e acontece anualmente em janeiro. Coincidentemente, e sem a menor programação, chegamos no melhor dia possível.

Era o último dia da Final de Destrezas Gaúchas, uma competição das modalidades de gineteada e rédea. Sério, incrível! Pra mim, que cresci nesse ambiente, em rodeios e festas campeiras, me senti em casa. Na hora, a primeira coisa que pensei foi: “Como eu queria meu irmão aqui”.

Paulo Augusto é um exemplo de gaúcho que abraça todas as frentes do tradicionalismo e vive a tradição diariamente. Ele dança, canta, já laçou, já fez rédea, adora estar entre os cavalos e o gado e foi a pessoa que há uns meses atrás me apresentou o festival de Jesus Maria. Com certeza, estar no palco do maior evento do estilo na América seria uma realização para ele e para quem é apaixonado pela cultura do “gaucho”.

Além dessa ótima surpresa, no domingo que chegamos na cidade, era o dia especial do mês em que o município promovia um desconto especial em todo o comércio. Essa data sempre é celebrada com uma festa de rua bem legal, com feira de artesanato e atrações locais. Mais uma das coincidências bacanas que nos demos o direito de viver.

Onde estamos
Como disse, vamos esperar a peça mais para o norte da Argentina, provavelmente na província de Jujuy. Estamos a caminho de lá. Se quiser acompanhar nossa localização dia a dia, além dos perrengues diários, a gente tenta mostrar tudo no Instagram e no Facebook. Segue a gente: @comanaluzpelomundo. Até semana que vem, com – tomara – mais boas coincidências.

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