Caminhar pelos centros históricos de grandes cidades normalmente é sinônimo de caminhar por lugares muito movimentados, com trânsito complicado e, infelizmente, sujo. Plásticos e papeis no chão, lixeiras transbordando e cheiro ruim completaram o cenário de muitos dos grandes centros que já visitamos.
A nossa mais grata surpresa foi chegar ao Centro Histórico de Quito, capital do Equador, e perceber o oposto de tudo que estávamos acostumados. Além de prédios lindos, bem cuidados e pintados, pouca ou quase nenhuma sujeira no chão, pessoas guardando seus papeis ou procurando lixeiras para depositá-los e um ar incrivelmente puro perto do que esperávamos.
E o Centro Histórico de Quito é só um reflexo de um país que aprendeu a necessidade e importância de cuidar do que é de todos. Nos primeiros quilômetros que rodamos aqui, recém vindos do Peru, já percebemos a diferença: até a fronteira, vimos que muito do deserto peruano à beira das estradas está servindo como lixão a céu aberto. Inclusive, presenciamos caminhões, carros e até moto-táxis despejando aí restos de construção, sacos de lixo doméstico e móveis. Passada a linha que divide os países, o verde já tomou conta (sim, o Equador é muito privilegiado em relação ao clima e aos seus biomas) e o lixo desapareceu.
Junto com as grandes árvores, placas a cada cinco quilômetros destacando o papel de cada um no cuidado com o meio-ambiente: “Plante uma árvore”, “Água é vida, preserve nossos rios”, “A terra ama nossas pegadas, mas teme nossas mãos”. A conscientização acontece de maneira macro e também nos cartazes que vimos nas escolas, nos lembretes das praças, nos estabelecimentos privados. O resultado são ruas limpas e uma natureza invejavelmente preservada.
Daí cada igreja ou prédio antigo do Centro Histórico de Quito ganhou mais ainda nossa admiração e atenção. Pudemos olhar o que realmente queríamos ver e aproveitar ao máximo essa experiência.
Aproveitando o melhor de cada região, sempre!
Como viajantes, estamos sempre buscando os produtos mais típicos de cada lugar. Seja comida, produtos de limpeza ou higiene, tentamos consumir o que o povo local consome, o que, além de nos mostrar um pouco mais sobre sua cultura, costuma ser mais barato.
No Equador, nos demos muito bem no quesito alimentação. Tanto no litoral, quanto na serra, as frutas predominam. Banana, manga, mamão e abacaxi são só algumas das que estamos comendo todo dia, fresquinhas e superbaratas. Uma das maiores rendas de exportação do Equador provém do “plátano” (banana), por isso, existem muitos hectares de plantação e milhares de pequenos quiosques, feirinhas e barracas de beira de estrada que vendem o produto a “preço de banana”, literalmente.
Além disso, incluímos no nosso cardápio o cacau (em pó, por enquanto. Mas queremos experimentar a fruta, também muito cultivada aqui), pasta de amendoim (utilizada pelos equatorianos como tempero para comida) e peixes e camarão (claro, renda de muitos moradores da região litorânea). As empanadas (uma espécie de pastel assado ou frito) seguem nossas companheiras desde a Argentina, aqui maiores, com mais recheio e sabores diferentes.
Ainda temos coisas para descobrir nesse pequeno país, e sabemos que vamos buscar o que cada pedacinho de terra tem de melhor.
Onde estamos
É Carnaval, minha gente! E óbvio que a gente buscou um lugar com festas e folia pra passar o feriado que também é supercomemorado aqui no Equador. Estamos em Baños, uma cidade pertinho da Amazônia equatoriana, famosa pelas cachoeiras, pela fauna bem diversificada e pelo Carnaval. Devemos passar a festa aqui e seguir para o norte no fim da semana.
Na verdade, qualquer cidade um pouquinho maior no Equador já nos pareceu um excelente lugar para curtir a folia. Pelo que percebemos e ouvimos dos moradores, o país ama essa festa e celebra de um jeito único e bem alegre: ruas lotadas de gente, batalha de espuma (inclusive, elas são vendidas em qualquer mercado ou bazar e a maioria possui cor e aroma diferentes) e de bexiga de água e muita música. Semana que vem contamos como foi nossa experiência.
COLUNA 50!
Parabéns pra nós, chegamos à coluna de número 50 aqui no Ibiá. Juntos, chegamos ao nosso quinto país, mais de 22 mil quilômetros rodados e muitas aventuras. Perdeu alguma das nossas histórias? Confere no site do Ibiá ou no nosso blog: www.comanaluzpelomundo.com.