A lista de candidatos à Assembleia Legislativa por Montenegro, que já teve oito nomes, continua encolhendo. Nessa quinta-feira, o vereador Joel Kerber, do Progressistas, anunciou a desistência. Ele vinha se preparando para a disputa desde o fim do ano passado e carregava, como principal bandeira, a construção de rótulas na RSC-287, nos acessos aos bairros Santo Antônio e Panorama. Como as obras não saíram – e nem devem ocorrer tão cedo – Kerber tem pouco a mostrar para convencer os eleitores a apostarem em sua candidatura. Saiu a tempo de não passar vergonha.
Saída honrosa – Além disso, também pesou na decisão o fato de sua “madrinha”, Ana Amélia Lemos, ter se retirado da briga pela reeleição ao Senado para assumir a candidatura a vice-presidente da República ao lado de Geraldo Alckmin, do PSDB. Não bastasse, o Progressistas optou por não lançar candidatura própria ao Palácio Piratini e se aliar ao também tucano Eduardo Leite. Assim, a legenda ficou fragilizada e a chance de Joel conquistar um mandato no parlamento gaúcho minguou. Desistir foi uma saída honrosa.
Afobados – Aliás, o Progressistas está em dívida com o vereador. Kerber realmente acreditou que as rótulas seriam construídas logo porque contava com promessas feitas pelo seu companheiro de partido, o ex-secretário dos Transportes, Pedro Westphalen. Inclusive, em maio, ele e o prefeito Kadu fizeram uma homenagem ao integrante do governo estadual e ao presidente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), Nelson Lidio Nunes. Era um agradecimento pelo empenho de ambos em relação ao trecho urbano da RSC-287. Que empenho?
Mais quatro – Com a retirada de Joel Kerber, a disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa continua com quatro candidatos em Montenegro. Até nova mudança no quadro, seguem na briga Adairto da Rosa, o Chacall (PV), Márcio Müller (Solidariedade), Paulo Azeredo (PDT) e Waldir João Kleber (MDB). A campanha, oficialmente, inicia na próxima quinta-feira, dia 16.
Vítima – Joel e Kadu contaram com um ovo que ainda está dentro da galinha e que lá vai permanecer por um bom tempo. Apesar do Município ter repassado R$ 200 mil para a elaboração do projeto das rótulas, não há previsão de quando estará pronto e será apresentado à comunidade. A candidatura do vereador à Assembleia Legislativa é mais uma vítima fatal da RSC-287. Foi, como muitos montenegrinos, atropelada pelo descaso e pela burocracia.
Futuro da Saúde segue indefinido
A abertura de sindicância para apurar a compra de um Ford Ka para a Secretaria da Saúde, que veio com problemas de documentação, exatamente no dia em que o prefeito Kadu demitiu a titular da pasta, Ana Maria Rodrigues, parece não ter sido coincidência. Talvez uma coisa nada tenha a ver com a outra, já que os processos de aquisição não são realizados diretamente pelos secretários, mas por uma estrutura ligada à Fazenda. De qualquer forma, como os dois movimentos ocorreram simultaneamente, para quem está de fora, ficou a impressão de que a culpa pelas irregularidades no veículo é da ex-secretária. Conclusão precipitada e perigosa.
Retribuição – O fato de gerenciar um dos maiores orçamentos da Administração torna o cargo de secretário da Saúde um prato particularmente suculento. Políticos em busca de projeção adorariam assumir a função, pelo contato direto com o público. Muita gente, desesperada na busca por medicamentos e tratamentos pelo SUS, está disposta a retribuir um bom atendimento – que deveria ser rotina – com seu voto na próxima eleição.
Uma certeza – De acordo com a assessoria do prefeito, ainda não há definição sobre quem vai ocupar o cargo. Nem mesmo se ele será usado para atrair algum novo partido ao governo. Por enquanto, as decisões mais importantes são tomadas pelo próprio Kadu. A única certeza é de que não será nomeado o ex-titular Luís Carlos de Azeredo, o “Luís das Remoções”.
Discursos
Mudar de ideia não é demérito, mas ter um discurso diferente a cada quatro anos demonstra falta de seriedade. Alguns políticos que, em 2014, trabalharam para candidatos locais, tentando convencer os montenegrinos da importância de votar em pessoas daqui, agora vão trabalhar nas campanhas de “paraquedistas”. Na época, também havia quatro “nativos” na disputa.
Versões diferentes
A polêmica em torno da concessão da Medalha Alferes Tiradentes está longe do fim. A honraria foi entregue em 4 de julho de 2016, ao então secretário de Obras Públicas, Edar Borges Machado, durante o 103º Seminário Brasileiro de Prefeitos, Vice-Prefeitos, Vereadores, Procuradores Jurídicos, Controladores Internos, Secretários e Assessores Municipais, em Porto Alegre. Semana passada, depois que veio a público um escândalo envolvendo a empresa responsável pela premiação, Borges disse que a recebeu a pedido do prefeito, em nome do governo Aldana. A Prefeitura pagou R$ 526,00 pela participação do seu representante no evento.
Trapaça? – O ex-secretário de Viação e Serviços Urbanos, Mano Endres, conversou com Aldana sobre o assunto e a versão dele não “bate” com a de Borges. Em mensagem de WhatsApp, o prefeito cassado é enfático: “O Borges fez trapaça. Foi ele quem decidiu ir receber tal prêmio… Tal história nunca me foi esclarecida”, escreveu. E agora?
Sem comemoração
Na sexta-feira, dia 10, fez um ano que Carlos Eduardo Müller assumiu a Prefeitura de Montenegro. Nesta data, por decisão judicial, Luiz Américo Aldana foi afastado do cargo, que acabou perdendo definitivamente no mês seguinte, cassado pela Câmara. Doze meses depois, pouca coisa melhorou e se o chefe do Executivo não conseguir imprimir um novo ritmo, com obras e mais serviços à população, as chances de reeleição em 2020 serão mínimas. Semana passada, não teve bolo e nem velinhas.
Rapidinhas
* Em Porto Alegre, alguns contribuintes que tiveram danos em seus veículos por causa dos buracos nas ruas estão conseguindo indenizações da Prefeitura através da Justiça. Se a moda pega, os cofres públicos de Montenegro serão raspados.
* Vereador Neri de Mello Pena, o Cabelo (PTB), não desistiu de criar uma CPI para investigar a elaboração do novo plano de carreira dos servidores e seu efeito nocivo sobre o erário.
* Muita gente não gosta de quabra-molas, mas se houvesse mais alguns na Campos Netto, não teria ocorrido o racha que, no sábado anterior, resultou no atropelamento e morte de uma professora. Os vereadores querem a colocação.
* Ao defenderem um aumento de 16% para seus próprios salários, integrantes do Supremo Tribunal Federal prestam mais um desserviço à sociedade. Não é à toa que grande parte da população enxerga numa ditadura a única forma de acabar com alguns tipos de privilégios e imoralidades.
* Durante o primeiro debate dos presidenciáveis, quinta-feira, na Bandeirantes, o candidato do Patriotas, Cabo Daciolo, encerrou suas respostas com a expressão “para honra e glória do senhor Jesus”. Não faça isso, Cabo. É pecado!
* Ainda sobre o debate, Ciro Gomes, do PDT, tem razão ao dizer que a Democracia é “uma delícia, mas tem certos custos”. Inclusive o de aturar tanta gente despreparada concorrendo à Presidência.
