Apesar do fechamento do posto de saúde do bairro Santo Antônio, na quarta-feira, ter ocorrido, segundo a Prefeitura, apenas por um vazamento na caixa d’água, não é preciso ser engenheiro e nem arquiteto para constatar que a obra tem outros vícios de construção. Em vários pontos, incluindo a chapa de concreto da cobertura, há sinais de infiltração que merecem atenção imediata. Dá para imaginar o medo dos funcionários e dos pacientes quando viram a água descendo pelos “bicos” de luz e pelas tomadas.
Rotina – Como as instalações foram inauguradas há pouco mais de dois anos, é cedo demais para o surgimento de problemas desta natureza. Se bem que, considerando a qualidade das obras públicas realizadas em Montenegro nos últimos 20 anos, não dá para estranhar muito. Inclusive, a empreiteira responsável pela edificação foi apontada, pela Operação Ibiaçá, como beneficiária de um esquema de direcionamento e superfaturamento de licitações.
Escoras – Em governos anteriores, prefeitos, secretários e diretores fecharam os olhos para o descalabro. Na gestão Percival, houve até uma escola em que os alunos tinham aulas em salas com o teto escorado com ripas de madeira para não desmoronar. O contribuinte acabou pagando duas vezes. Espera-se que Kadu e sua equipe levem em conta estas situações para não repetirem os mesmos erros.
Na garantia – Óbvio que a comunidade do bairro Santo Antônio vai ficar chateada se as instalações forem fechadas, mas a Prefeitura deve agir rapidamente. É melhor transferir os atendimentos para a UBS Centro por alguns dias, como ocorreu na quarta-feira, do que, por omissão, permitir o avanço da degradação. E, logicamente, acionar a garantia contratual de cinco anos, obrigando a empreiteira a cumprir suas obrigações.
24 horas
Suplente do PTB, Claudiomiro Tomasi quer promover uma reunião na Câmara para garantir a abertura de farmácias 24 horas por dia. Os colegas tentaram explicar que estes encontros já foram realizados várias vezes e nunca resultaram em conquistas. Os empresários alegam que, para funcionar, são obrigados a manter farmacêuticos de plantão, o que torna os custos muito altos, provocando prejuízos.
Rodízio – Tomasi não se convenceu. Como a cidade tem, segundo ele, 22 farmácias, acredita que elas poderiam fazer um rodízio, o que acarretaria uma despesa extra muito pequena para todas elas. E se, mesmo assim, não houver um acordo, propõe que se altere a legislação para obrigar os estabelecimentos a atenderem fora do horário comercial.
Limites – Por mais bem intencionado que seja o suplente, ele precisa entender que mesmo a Prefeitura não tem poder para determinar os horários de abertura de uma empresa privada. O Executivo só conseguiria resolver o problema se criasse uma farmácia pública. Mas custa muito caro.
Chama o Braatz!
Felipe Kinn da Silva (MDB) apresentou um requerimento inusitado na Câmara semana passada. Ele propôs que se convide para uma reunião o ex-vereador Roberto Braatz para que ele explique por que votou contra o projeto que instituiu o novo plano de carreira dos servidores municipais, em novembro de 2015. Ele foi o único, na época, que se posicionou desta forma.
Cortesia – É provável que Braatz aceite o convite, por cortesia, mas sua ida à Câmara é desnecessária. Para saber os motivos, Felipe poderia simplesmente ouvir o áudio da sessão em que ocorreu a votação.
Rapidinhas
* Verdade seja dita: a Prefeitura bem que tentou realizar uma operação tapa-buracos, mas São Pedro não deixou e mandou chuvas nas últimas duas semanas. O jeito é rezar para Santo Expedito, das causas urgentes.
* Parece que o vereador Felipe Kinn da Silva (MDB), de 36 anos, esqueceu o que a idade faz com os atletas. Semana passada, o outrora habilidoso zagueiro do futebol montenegrino sofreu uma queda durante uma partida e fraturou o pulso da mão esquerda em três lugares. Doeu horrores.
* Erico Velten (PDT) dispensou sua assessora de gabinete e o desligamento não foi muito “suave”. O curioso é que ele mandou substituir a fechadura da porta. Os dois pareciam amigos. Dias antes, ela inclusive foi babá dos filhos de Sua Excelência durante o expediente, no prédio da Câmara.
* Vereador Talis Ferreira (PR) deve começar, em breve, a buscar novo endereço político. Seu partido é pequeno e dificilmente somará votos suficientes para garantir uma cadeira no Legislativo. Como as coligações serão proibidas a partir de 2020, o jeito é se unir a um dos “grandes”.
13 anos de Cenário
Em julho de 2005, foi publicada a primeira edição da coluna Cenário Político. O projeto nasceu com o objetivo de oferecer aos leitores do Ibiá uma visão mais crítica dos fatos que ocorrem no universo das “autoridades”, com informações sobre os bastidores a que a maioria das pessoas não têm acesso. Inicialmente uma vez por semana e depois duas, procuramos nos manter sempre fiéis ao propósito inicial. Hoje queremos agradecer a todos que valorizam este trabalho e nos dão o incentivo necessário para seguir a jornada. Ao mesmo tempo, reforçar nosso compromisso com a seriedade e a ética que nos trouxe até aqui. Muito obrigado!
Homenagem
A Câmara aprovou, por unanimidade, o projeto de lei que dá o nome da professora Lena Rozi da Rocha Pithan para a Escola Municipal Esperança. Ex-diretora da Escola Cinco de Maio, ela faleceu no ano passado, vítima de câncer. Entre os familiares que acompanharam a votação no plenário, o pai da homenageada, ex-vereador Rubi Garcia (PDT). Ele representou o bairro Santo Antônio no Legislativo por dois mandatos, entre 1993 e 2000. Bons tempos!
Saia justíssima
Acordos políticos entre partidos, muitas vezes, colocam candidatos em saia justa. Aliás, justíssima. É o que está ocorrendo com a senadora Ana Amélia Lemos, pré-candidata à reeleição. O diretório gaúcho do seu partido, o Progressistas, decidiu apoiar Jair Bolsonaro, do PSL, à Presidência. Defensora do aumento da participação feminina na política, o discurso da senadora colide frontalmente com o do “mito”. Ele já disse, em entrevista, que tem quatro filhos e que os três primeiros são homens, enquanto que, na última, deu “uma fraquejada” e veio uma mulher.
Tucano – Semana passada, em sua passagem por Montenegro, a senadora minimizou a verborragia de Bolsonaro. Disse que as “frases pesadas” dele devem ser analisadas “sem alarde”. De qualquer forma, é provável que ela acabe pedindo votos para o tucano Geraldo Alckmin.
Em casa – Várias pessoas, representando instituições, aproveitaram a visita para encaminhar pedidos e pedir a intervenção da senadora. Entre elas, o prefeito Kadu Müller, sempre muito à vontade entre os progressistas. A sintonia é tanta que até parece um filiado. Por enquanto, porém, ele está no Solidariedade.