Depois de um polêmico adiamento na semana passada, é provável que volte à pauta da Câmara, esta noite, o projeto de lei que autoriza a Prefeitura a contrair um empréstimo de R$ 3,2 milhões junto ao Banco do Brasil. Com o recurso, Kadu & Cia pretendem adquirir 40 computadores e várias máquinas para uso nas ruas e estradas de Montenegro. A resistência se deve ao fato de que o financiamento terá prazo de pagamento de cinco anos, o que acaba empurrando a maior parte da quitação ao próximo governo. Além disso, alguns vereadores defendem que o governo espere para fazer a compra no ano que vem, quando há previsão de aumento da arrecadação. Acreditam que seria possível realizar o pagamento à vista, economizando os valores referentes à taxa de juros.
Pensando bem – Embora a sugestão não seja ruim, há questões a ponderar antes de tomar uma decisão de tamanha importância.
* O aumento da arrecadação de ICMS, avaliado em até R$ 7 milhões – se realmente ocorrer – não entrará nos cofres públicos de uma só vez, mas diluído ao longo do ano. Então uma compra à vista dificilmente ocorreria no primeiro semestre.
*Ainda que tivesse a verba no começo de 2019 e a Administração deixasse a licitação pronta este ano, a compra só seria concretizada em janeiro. Assim, estariam perdidos três dos melhores meses do ano para fazer a manutenção das estradas (outubro, novembro e dezembro), quando o tempo bom é propício a este tipo de trabalho.
* Existem centenas de pedidos de melhorias esperando nas gavetas, tanto do interior quanto da zona urbana. A maior parte deles não seria atendida este ano, provocando ainda mais revolta contra o governo e a própria Câmara Municipal.
* Diversos vereadores, inclusive entre os que são contra o financiamento, colheram muitos votos no interior, a área mais prejudicada pela demora. Quando voltarem às comunidades, na safra de 2020, provavelmente encontrarão os “celeiros” vazios.
Decisão difícil – A situação dos vereadores, de modo geral, não é nada fácil. Votar contra o financiamento pode ser, do ponto de vista financeiro, a melhor alternativa, ainda que não se tenha ideia do custo de estradas ruins para a economia. No campo político, porém, o preço é altíssimo.
Anotem aí – Quem votar contra será apontado como culpado pelo governo quando um pedido da população não puder ser atendido por falta de máquinas.
CPI urgente – Se os vereadores quiserem mesmo ir a fundo, devem instalar uma CPI para investigar por que máquinas e veículos adquiridos há menos de cinco anos já estão na condição de ferro-velho. Falta de manutenção? Mau uso por imperícia? Destruição deliberada por servidores para não precisarem trabalhar? Furto de peças? Ou tudo isso junto? O contribuinte adoraria saber.
70 anos
Nesta quinta, às 18h, a Câmara de Vereadores promove sessão comemorativa em homenagem aos 70 anos da Tanac. A proposta foi da vereadora Josi Paz (PSB) e saúda a empresa montenegrina que, a partir de uma pequena fábrica de taninos, em 1948, cresceu, ampliou horizontes e hoje é líder mundial na produção de extratos vegetais e cavacos de acácia negra. E o mais importante: utiliza matérias-prima de fonte renovável, oriundas de florestas plantadas de acácia negra.
Vontade de chorar
Testemunhas garantem: ver a equipe do Daer fazendo operação tapa-buracos na ERS-411, entre Montenegro e Brochier, desperta a vontade de chorar. Ainda havia água da chuva nas crateras quando foram preenchidas com asfalto. E a compactação foi feita pelos próprios operários, que deram “pulinhos” sobre o material para firmá-lo. E, infelizmente, eles nem eram muito robustos.
Marque o certo – Levando em conta o modus operandi da equipe, dá para ter uma ideia de quanto tempo vão durar esses “remendos”. Façam suas apostas:
( ) um mês
( ) uma semana
( ) até a próxima chuva
( ) um ano
( ) a vida toda
Comida de cachorra II
Vereador Cristiano Braatz (MDB) contesta nota publicada nesta coluna segunda-feira. Ele garante que não agrediu ou ofendeu os colegas. Afirma também não ter dito que os vereadores que discordam dele têm menos valor que a “comida que dá para sua cadela”. Para comprovar, enviou a transcrição do áudio da sessão. O leitor pode tirar suas próprias conclusões. “Quero ver alguém ousar e ter a coragem de dizer que o vereador Cristiano é contra sua comunidade ou cidade, que pediu ao Presidente para segurar este projeto, pelo bem de sua cidade. Quero ver quem vai ter coragem de fazer isso. Quem fizer isso, para mim, com todo respeito…. olha… ‘a comida da minha cadela tem mais valor’”.
Nova tentativa
A Administração Municipal publicou, esta semana, edital de licitação para as obras de reforma e ampliação do prédio da Biblioteca Pública. Há seis anos, o acervo está num imóvel inadequado, dentro do Parque Centenário, distante dos usuários, por causa da arrogância e da incompetência de políticos que passaram pelo Palácio Rio Branco depois de 2012.
Esperança renovada – Quando Percival de Oliveira deixou o governo, já havia até contrato assinado e dinheiro reservado para os trabalhos. Primeiro, Paulo Azeredo achou o valor alto demais e lançou outros editais. Não houve interessados. Depois, Aldana fez nova tentativa e as obras iniciaram, mas foram suspensas porque pairavam sobre elas suspeitas de superfaturamento. Será que, desta vez, a “coisa” vai?
Perdas – O curioso é que os valores propostos agora são bem maiores do que os previstos em 2012. Há, portanto, dois tipos de prejuízo para o contribuinte:
1 – O financeiro, pois a Prefeitura pagará mais por uma obra que já poderia ter sido executada.
2 – O cultural. Por seis anos, os montenegrinos leram e pesquisaram menos.
Alguém vai pagar por isso?
Rapidinhas
* O prefeito Kadu Müller anda sumido das aulas de artes marciais que vinha fazendo para reduzir o peso e ganhar saúde. Por falta de tempo, certamente, já que, no tatame, ele levava menos sopapos do que no dia a dia da política local.
* No projeto de reforma da Biblioteca Pública, está previsto um investimento de R$ 60.702,00 em “transporte vertical”. Simplificando, o prédio da Capitão Cruz terá elevador.
* Com as eleições se aproximando, governo federal abre as torneiras e paga emendas parlamentares ao orçamento da União. Quase todos os dias, pousa um deputado federal na cidade para “entregar dinheiro”. Depois eles voltam para pedir votos.
* A maioria das pessoas nem se dá conta e acha que os parlamentares são bonzinhos. Na verdade, o dinheiro é nosso, fruto dos impostos que pagamos, com o qual eles fazem politicagem.
* Na rede social Facebook, a presidente de honra do Progressistas, Lya Seelig, chama o empresário Luís Fernando de Oliveira de “meu candidato”.