Pandemia. O papel dos políticos

Desde ontem, a maioria dos comerciantes e dos prestadores de serviços está fazendo reuniões com os funcionários para explicar de que forma serão acertados os salários referentes ao mês de maio. As medidas de apoio às empresas oferecidas pelo governo ajudam, em parte, a pagar esta conta, mas não cobrirão despesas com fornecedores, aluguel e impostos, entre outras. Muitos empreendimentos vão encolher e outros tantos simplesmente deixarão de existir. Todos são chamados e parecem dispostos a fazer sacrifícios, exceto uma categoria: a dos políticos. Pelo menos em Montenegro. Em dezenas de cidades, prefeitos de “direita” e de ‘esquerda” anunciam cortes em seus salários e nos de seus assessores, os chamados CCs. Também algumas Câmaras vêm manifestando sua solidariedade,reduzindo os ganhos dos vereadores e de seus assistentes. Muito mais do que gerar economia de fato, estas iniciativas servem para mostrar que os políticos eleitos pela população para defender seus interesses estão ao lado das comunidades, dispostos a colaborar com uma dose pessoal de sacrifício.

Alimentos – Reduzir os salários dos políticos em 30% ou mesmo em 50% não resolverá o problema da economia diante da queda na arrecadação de impostos que a crise irá provocar. Por outro lado, considerando que prefeitos, secretários, diretores, vereadores e assessores de gabinete costumam estar no topo da pirâmide salarial do serviço público, a participação de cada um somaria um valor robusto, por exemplo, para a compra de cestas básicas.

Irresponsáveis – Do ponto de vista eleitoral, a participação dos políticos no “esforço de guerra” até poderia despertar uma certa simpatia junto à opinião pública. Ainda mais em Montenegro, onde, antes da pandemia, tanto os integrantes do Executivo quanto os do Legislativo eram alvo de ataques de todos os lados. Com a aproximação das eleições, as ações – e omissões – diante da crise tendem a ser supervalorizadas pelos eleitores. O povo tá vendo!

Teste – Não há como negar que, neste momento, é importante colocar as diferenças de lado e pensar no que é melhor para a população. A pandemia provocou um raro momento de “paz” entre prefeito e vereadores na atual legislatura e talvez esta seja a grande lição. Especialmente se as eleições forem adiadas e os mandatos prorrogados, é preciso pensar mais em Montenegro e menos no próprio ego para reconstruir a cidade. Um teste de maturidade.

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Troca-troca
A chance de a pandemia de coronavírus levar ao cancelamento das eleições de outubro é real, mas a decisão compete ao Congresso, que só irá se manifestar em maio. Até lá, o calendário definido pelo Tribunal Regional Eleitoral precisa ser observado. Sexta-feira, terminou o prazo para os secretários municipais que irão concorrer deixarem seus cargos. Em Montenegro, são dois: Ari Müller, do Desenvolvimento Rural, que vai disputar vaga de vereador pelo Progressistas; e João Marcelino da Rosa, da Habitação, pré-candidato à Câmara pelo PSB. Ambos vão seguir na Prefeitura, mas como diretores.

Substituições – Na Habitação, o novo secretário é Ernani dos Santos, que já era CC na pasta. Para o Desenvolvimento Rural, o prefeito escalou Renato Rocha, que respondia pela Secretaria Geral, cujas ações agora ficam a cargo de Tatiana Henke. Ela ocupava um cargo de assessora especial antes do novo arranjo.

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Rapidinhas
A coluna errou, semana passada, ao informar que a técnica em Enfermagem Camila Carolina de Oliveira se filiou ao MDB. Na verdade, houve um “namoro” com a legenda, mas, no fim, ela acabou assinando ficha no Republicanos, o antigo PRB.

Os deputados federais Márcio Biolchi (MDB) e Dionilso Marcon (PT) anunciaram a liberação de verbas referentes a duas emendas ao orçamento da União, beneficiando a Secretaria da Saúde e o Hospital Montenegro. Cada uma tem o valor de R$ 100 mil e serão usadas no combate à pandemia.

O prazo para os vereadores trocarem de partido sem risco de perda dos mandatos acabou. Somente Talis Ferreira, que pulou do PL para o Progressistas, e Valdeci Alves de Castro, do PSB para o Republicanos, aproveitaram a chamada “janela partidária”.

O vereador Valdeci Alves de Castro sofreu um acidente doméstico e rompeu o tendão do tornozelo esquerdo. Com a perna engessada, está em “quarentena” obrigatória.

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