A eleição ao cargo de vereador está mostrando a Talis Ferreira (PR) que, na prática, a teoria é bem diferente. A boa vontade em ajudar e sua postura proativa seguiram o modelo do radialista que se projetou, especialmente, através das mídias sociais. Mas agora, na posição de vidraça, se vê cercado de cobranças. Não está bastando prometer ao povo e usar o celular para divulgar sua preocupação ante as mazelas de Montenegro. O cidadão se vê iludido ao abrir a janela e, todos os dias, se deparar com o problema em sua porta.
Devagar – O fato é que Talis Ferreirinha é prejudicado pelo mesmo elemento que torna a vida dos montenegrinos menos feliz: a inércia da Prefeitura. Ouvir e reproduzir a voz do povo é a melhor função de um vereador, além de legislar e fiscalizar o Executivo. Todavia, isso não deve vir em tom de promessa, pois é preciso deixar claro ao contribuinte que a responsabilidade de fazer é da Administração Municipal. E como é sabido de todos, aqui em Montenegro o cumprimento desta tarefa é lenta e pouco satisfatória.
Cobrança forte – Desde o início do mês, a cidadã Daiana Souza, moradora da Vendinha, tem cobrado a manutenção da estrada geral Eva Kuhn (foto). Entre cobrar da Prefeitura e denunciar que há tempo uma patrola não passa nem a passeio, ela recordou que o vereador havia estado na comunidade. “Somente aquele vereador Talis Ferreira esteve aqui em 2015, prometendo mundos e fundos. E só ficou na promessa”, desabafou.
Assumindo – A reportagem procurou o vereador, que não fugiu da responsabilidade. Além de concordar com Daiana, o edil resolveu deixar claro que o cargo tem sim limites legais. Outra atitude que deve ser valorizada é o fato ter ido à comunidade nesta semana averiguar in loco, quando confirmou que apenas a estrada principal da Vendinha foi patrolada no último sábado. Veja a resposta na integra: “A contribuinte tem total razão em reivindicar por melhorias em sua região. A indignação dela é a mesma que a minha, pois como vereadores não temos o poder de mandar efetuar o serviço, mas sim, cobrar a execução. E isso venho fazendo por diversas vezes, pois temos vários pedidos de providências documentado e encaminhado para Prefeitura. Sabemos das dificuldades, pois são muitas demandas para Prefeitura atender, mas nunca deixamos de lutar por melhorias nesta região. Peço desculpas a contribuinte, e vou continuar cobrando melhores condições para toda cidade como venho fazendo, e para região acima citada. Sobre a manutenção da estrada geral, por diversas vezes a Prefeitura patrolou através de pedido de nosso gabinete devidamente protocolado, creio que nos próximos dias deve acontecer novamente. Agradeço a compreensão e seguimos trabalhando sempre ao lado do povo.”
Buracos de todos os tamanhos
A foto ao lado, do vereador Valdeci Alves de Castro (PSB), circulou pelas redes sociais chamando muita atenção. Foi realizada na rua Frederico Mussig com a rua Bela Vista, no bairro Panorama. Na sessão da Câmara da semana passada, ele ocupou a Tribuna para mostrar que há muitos outros buracos nas ruas da cidade, de vários diâmetros e profundidade.
Críticas – Valdeci ouviu críticas de alguns colegas da Câmara, de que “vereador não deveria ser um tapa-buraco”. As manifestações não o abalaram. Pelo contrário, ele mostrou outras imagens de vários buracos que fotagrafou. E disse que continuará com sua escolha de trabalhar “pelo básico”. O vereador afirmou ainda que, após a sessão, iria para um bairro terminar de identificar lugares com problemas de iluminação pública.
Com ou sem reforma…
A Reforma da Previdência voltou a ser destaque nos corredores do Congresso Nacional, em Brasília. O presidente eleito Jair Bolsonaro e sua equipe têm pressa em que seja votada, ao menos parte das mudanças, ainda neste ano, principalmente no que se refere à idade mínima. Por razões óbvias, as mudanças não têm simpatia da população, e a votação às pressas, no apagar das luzes do atual mandato, reforçaria ainda mais essa indignação.
Aumento – A preocupação do novo presidente, no entanto, é com a economia que a reforma na Previdência representa. Difícil, no entanto, é conseguir explicar que trabalhadores assalariados precisam contribuir mais – tanto em anos como em alíquota – enquanto ao mesmo tempo é aprovado aumento a quem já tem altos salários e benefícios. É o caso do aumento de 16% aprovados aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Se for sancionado pelo presidente Michel Temer, os vencimentos deles passarão para R$ 39,2 mil.
Altos salários – Bem colocada a observação do deputado federal Heitor Schuch (PSB), durante sua visita a Montenegro nessa quarta-feira (14), de que a reforma da Previdência deve começar de cima para baixo, ou seja pelos deputados, senadores, desembargadores e juízes, que ganham altos salários.
Chile – Ainda sobre reforma na Previdência, o presidente eleito e sua equipe acenam com a idéia de seguir o modelo de capitalização do Chile, que já se mostrou ineficiente. O senador gaúcho Paulo Paim, que é contrário a votação da reforma neste ano, alerta que o modelo adotado no Chile não deu certo. O sistema chileno gerou redução no valor de aposentadorias e pensões, e provocou o aumento no número de suicídios de idosos com mais de 70 anos, devido à falta de condições financeiras para sobreviverem.
“Embriões”
Durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Loteamento Bela Vista – PSH -, na Câmara de Vereadores, o ex-prefeito Percival Souza de Oliveira declarou, no início do seu depoimento, que pode ter esquecido muitas coisas da época, pois sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Tudo de novo – O problema de saúde ocorreu por volta de 2010, mas parece não ter atrapalhado seu depoimento. O ex-gestor de Montenegro disse que faria tudo de novo e que as moradias, que custaram cerca de R$ 10 mil, eram “embriões” para serem melhorados pelos moradores com o tempo. O fato é que esses “embriões” não fecundaram, pois além da dificuldade financeira dos moradores, a qualidade do material usado deixa muito a desejar. Em algumas casas, as paredes (foto) ameaçam desabar.
Rapidinha
* Nesta semana, o ministro Luís Roberto Barroso acolheu o pedido da área técnica do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e determinou que o presidente eleito Jair Bolsonaro apresente esclarecimentos sobre 23 indícios de irregularidades ou inconsistências apontados pelos auditores em sua prestação de contas de campanha.