Estacionamento pago: A bagunça está de volta

A suspensão da cobrança pelo estacionamento, por decisão judicial, é mais um passo para trás no esforço de organizar o trânsito no centro da cidade. Horas depois da informação se tornar pública, já não havia vagas, graças ao egoísmo de muitos usuários, entre eles, donos e funcionários de lojas. Eles deixam seus carros por horas e turnos inteiros na mesma vaga e preferem abrir mão da clientela para não terem de caminhar por uma ou duas quadras. Um comportamento mesquinho que tende a quebrar alguns empreendimentos. Os clientes vão diminuir com certeza e não vale colocar a culpa no coronavírus.

Vontade – É impressionante o que acontece no Judiciário. A suspensão da cobrança é fruto da vontade de um único desembargador do Tribunal de Justiça, que ignorou o julgamento em primeira instância e o parecer do Ministério Público. Tanto a juíza quanto a promotora não encontraram irregularidades na licitação, contestada por uma empresa que sequer participou da concorrência. Uma situação, no mínimo, curiosa.

Garagem – É por causa dessa falta de consciência que algumas pessoas torcem o nariz quando se fala em ajudar o comércio com recursos públicos neste momento de crise. Verdade que existem empreendedores e funcionários de lojas e outros estabelecimentos muito conscientes, cujos carros ficam na garagem ou em ruas onde não atrapalham o fluxo dos clientes. São eles os maiores prejudicados pela falta de bom senso dos colegas.

Provado – A suspensão da cobrança – espera-se que seja por um curto período – forneceu aos críticos da Faixa Nobre a certeza de que ela é mesmo necessária e que é preciso lutar pelo seu retorno.

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Levantando voo
Com o tanque abastecido e todos os procedimentos de segurança checados, o prefeito/piloto Kadu Müller deixa o hangar e se prepara para seu voo mais importante. Sábado, seu nome foi confirmado pelo PP como candidato à reeleição, ao lado da socialista Josi Paz. A tripulação também tem representantes do PL. Com o slogan “Voa Montenegro”, para conquistar mais quatro anos na principal cadeira do Palácio Rio Branco, a dupla terá de encarar fortes turbulências e ventos perigosos. Sem falar nas baterias antiaéreas de pelo menos quatro outros competidores (talvez cinco), dispostos a não permitir que eles concluam a “viagem” com êxito. Confiante, Kadu se diz pronto para defender o trabalho que realizou a partir de agosto de 2017, quando “herdou” o comando do Município do prefeito Aldana, afastado pela Justiça e depois cassado pela Câmara.

Correntes – Assim que a informação chegou às redes sociais, algumas pessoas questionaram a união do PP, com sua linha ideológica de Direita, ao PSB, de Esquerda. Em países onde a atuação partidária é marcada por correntes de pensamento, seria uma aberração. Por aqui, é parte do jogo. Não custa lembrar que a mesma formatação ocorreu em 2012, quando o PP concorreu com Marcelo Cardona a prefeito e o mesmo PSB indicou a própria Josi Paz a vice.

Risco – Vereadora mais votada em 2016, Josi demonstra coragem ao desistir de uma reeleição quase certa para tentar um voo mais alto, correndo o risco de ficar sem nada.

Coordenação – A aliança recrutou o ex-prefeito de Salvador do Sul, Volnei de Lima, para coordenar a campanha.

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Convenções
Como sempre, a maior parte das convenções partidárias vai ficar para a última hora. O prazo encerra dia 16 e, nove dias antes, existe apenas uma chapa homologada. A maioria das legendas já tem seus candidatos a prefeito e a vice definidos, mas parece que falta convicção. Por isso, esperam até o limite para ver se atraem mais alguém para o time. Adesões de última hora, em geral, terminam em sérios problemas.

As próximas?
PDT – sábado, dia 12, das 14 às 18h, na sala 10 do Edifício Riograndense, sede do partido
MDB – segunda-feira, dia 14, das 17h às 21h, no Sindicato dos Metalúrgicos
PTB – segunda-feira, dia 14, das 18h às 21h, na Câmara de Vereadores

Expectativa – No momento, a convenção mais aguardada é a do PDT, que ainda não decidiu se terá candidatura própria ou se vai como vice do antigo e histórico adversário, Percival de Oliveira.

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Ah… o tempo!
Da série “Na política, o tempo opera milagres”, chamou a atenção sábado, na convenção do PP, a desenvoltura do vereador Talis Ferreira entre os progressistas. Há apenas oito anos, na campanha de 2012, o agora soldado do partido era visto como o pior dos adversários. E, verdade seja dita, ele fez por merecer! Mas, como diz aquela música antiga, “tudo passa, tudo sempre passará…”.

Após as eleições
A Câmara deve deixar para depois das eleições, em novembro, a votação do projeto que concede incentivos fiscais para a instalação de um supermercado da rede Asun. Na Administração, a notícia é vista como um ato político da oposição, para prejudicar o prefeito na campanha pela reeleição. Entre os vereadores, a alegação é de que há questões formais a serem muito bem avaliadas.

Duas empresas – De acordo com o texto, os incentivos, que incluem dois repasses no valor total de R$ 110 mil, serão repassados à empresa que fará a construção do prédio. Já as contrapartidas ficarão a cargo do novo supermercado. Uma situação considerada… incomum.

Nova Prefeitura
A Administração Municipal estuda a possibilidade de vender terrenos e outras áreas públicas sem uso, que possui em diversos bairros e no centro da cidade. Muitos deles estão em loteamentos, reservados pela legislação para eventual construção de escolas, postos de saúde e centros comunitários. A maioria encontra-se abandonada, servindo de viveiro para insetos, cobras e aranhas. A ideia é usar o recurso para construir o novo centro administrativo.

Aluguéis – De acordo com o secretário da Administração, Edar Borges Machado, hoje a Prefeitura gasta em torno de R$ 720 mil por ano em aluguéis. Além disso, o Palácio Rio Branco precisa de uma reforma urgente. “O centro administrativo resolve estes problemas e ainda coloca toda a estrutura da Prefeitura num mesmo local, facilitando o dia a dia da população”, explica.

Momento – Há quase 30 anos que o assunto surge, de tempos em tempos, e morre no argumento de que o momento não é propício porque a cidade vive uma crise e existem outras demandas mais urgentes. Vencida a pandemia, se a obra puder ser realizada sem tirar verbas de outros setores, é preciso fazê-la o quanto antes. Nos últimos 20 anos, a Prefeitura gastou mais de R$ 15 milhões em aluguéis. Está rasgando dinheiro.

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Rapidinhas
A multiplicação das lives de políticos nas redes sociais, discutindo trivialidades e repetindo o óbvio, confirma: para quem não tem o que dizer, quanto mais tempo no ar, pior.

A propósito, na ânsia de se fazer notar, vários pré-candidatos viraram patriotas nesta segunda-feira, postando homenagens pela passagem do Dia da Independência nas redes sociais. Será que sabem, pelo menos, cantar o Hino Nacional?

O único tema em pauta na sessão da Câmara na última quinta-feira foi mais um batizado de rua. Os vereadores têm sido mais efetivos nesta área do que muitos padres e pastores.

Sem a opção de pedir ajuda às empresas, os candidatos à Prefeitura de Montenegro deverão ficar bem longe do teto de gastos com a campanha definido pelo TSE. Arrumar R$ 548 mil nestes tempos “bicudos” pode ser mais difícil do que conquistar o voto do eleitor.

Na corrida por uma cadeira na Câmara de Vereadores, cada aspirante poderá investir até R$ 28.809,41. Mais do que suficiente para uma chuva de “santinhos” e para remunerar os marqueteiros e seus cards nas redes sociais.

Em reunião com a juíza e a promotora eleitoral, Priscila Gomes Palmeiro e Graziela Vieira Lorenzoni, os dirigentes de partidos firmaram compromisso por uma “eleição limpa”. Tomara que saibam exatamente o que isso significa e honrem a palavra empenhada. Isso inclui não produzir fake news.

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