Eleições 2020: Já é hora de definições

À medida que a campanha eleitoral se aproxima, as negociações para a composição das chapas que vão disputar a Prefeitura ganham corpo. Um dos acertos que deve ser confirmado esta semana é o que coloca a vereadora Josi Paz, do PSB, na condição de pré-candidata a vice, ao lado de Kadu Müller, do Progressistas. A sintonia entre os dois é grande, embora, na Câmara, sem sempre ela tenha colocado a mão no fogo pelo governo. Vereadora mais votada na atual legislatura, tem forte atuação na área da cidadania e dos direitos humanos, além de inúmeros contatos no interior, onde o prefeito precisa mesmo de uma boa “advogada”.

Republicanos e PDT – Outro acerto bem encaminhado envolve o Republicanos do ex-prefeito Percival de Oliveira, que buscará o terceiro mandato, e seu ex-arquiinimigo, o PDT. A expectativa é que os trabalhistas indiquem o vice e os nomes mais cotados, por enquanto, são o da ex-vereadora Iolanda Hofstätter e dos empresários Clóvis Moacir Domingues, o Cafundó, e Ademir Fachini. Sobre os conflitos históricos, Percival garante que estão superados. “Montenegro precisa de união”, justifica.

Mordidos – Até dois meses atrás, havia a possibilidade de o PDT ingressar numa aliança com o PTB e o MDB. Contudo, os dirigentes trabalhistas ficaram “mordidos” quando as duas legendas lançaram a dobradinha Gustavo Zanatta/Cristiano Braatz sem uma discussão prévia com as três legendas. Como o PDT está sem um bom nome para cabeça de chapa e Percival precisa de um vice, juntou-se “a fome com a vontade de comer”.

Chapa pura – A quarta candidatura praticamente definida é a do PSDB, que terá Márcio Menezes como aspirante a prefeito e a enfermeira Elisa Fukuoka como vice. Menezes estava trabalhando na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado até sexta-feira, quando se desincompatibilizou. Ele ficou conhecido na gestão do ex-prefeito cassado Paulo Azeredo, como titular da Secretaria de Indústria Comércio e Turismo e da chefia de gabinete. A dupla pretende ir de “chapa pura”, sem coligações.

Segunda opção – O Partido dos Trabalhadores ainda está em busca de um nome. O professor Rodrigo Dias, que vinha sendo citado como a principal opção, desistiu da candidatura “por motivos profissionais”. A segunda opção, no momento, é o também professor Ricardo Agádio Kraemer, que foi vereador entre 2005 e 2008.

Kinder ovos – Com a aproximação das convenções, que iniciam dia 31 de agosto, está na hora de os partidos se decidirem. Montenegro tem 27 legendas registradas, mas apenas 11 possuem mais de 100 filiados. As cinco pré-candidaturas definidas até o momento envolvem oito dessas siglas apenas na formação das cabeças de chapa para o Executivo. Contudo, várias outras deverão apresentar nominatas para a Câmara de Vereadores. Com tantos partidos, é natural que o eleitor fique confuso e acabe votando em nomes e não em ideologias ou correntes de pensamento. Isso torna cada vereador uma espécie de Kinder Ovo gigante, cujo conteúdo a gente só conhece depois que assume. As surpresas nem sempre são agradáveis.

Cinco ou mais – Por enquanto, estão praticamente certas as candidaturas a prefeito de Gustavo Zanatta, Kadu Müller, Márcio Menezes, Percival de Oliveira e Ricardo Kraemer. São cinco, mas podem surgir mais uma ou duas. Não será por falta de opções que os eleitores votarão branco ou nulo em novembro.

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Socorro aos micro
Depois da polêmica sobre os incentivos fiscais à construção da terceira unidade do Supermercado Mombach, a discussão sobre o auxílio público às pequenas empresas em meio à pandemia do coronavírus ganhou outro roteiro. Os vereadores Juarez Vieira da Silva e Neri Pena (PTB), Valdeci de Castro (Republicanos), Felipe Kinn da Silva e Cristiano Braatz (MDB) entregaram ao Executivo uma minuta de lei prevendo ajuda aos microempreendedores em dificuldades. A ideia é pagar uma parte dos seus alugueis e conceder descontos no IPTU. A iniciativa, porém, tem de partir do prefeito, que vem sendo cobrado há meses e, até agora, nada fez.

Iniciativa – Quando os vereadores da oposição votaram contra o incentivo ao Mombach, sob o argumento de que a Prefeitura deveria priorizar os pequenos, a bancada governista alegou que não havia previsão legal para este socorro. O anteprojeto entregue no fim da semana aparentemente supre essa necessidade. Se não quiser aproveitar o texto, o prefeito e sua equipe deverão, pelo menos, encontrar outros argumentos.

Erro – Espera-se que a oposição tenha reconhecido seu erro na votação envolvendo o Mombach. Negar apoio a uma empresa porque outras não foram atendidas é prejudicar a todas.

Quebradeira – Quanto ao repasse de R$ 500,00 aos transportadores escolares por três meses, defendido por Felipe Kinn da Silva (MDB), também não vai rolar. A Prefeitura limitou-se a liberar estas empresas para atividades de fretamento. Um tiro na água, já que ninguém está fazendo excursões ou contratando trabalhadores em quantidades que justifiquem o uso de vans e kombis. Neste segmento, a quebradeira é grande.

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E a transparência?
A Câmara de Vereadores suspendeu a transmissão das sessões semanais pelo Facebook e pelo Youtube, alegando que precisa cumprir a legislação eleitoral. De fato, os atuais vereadores não podem levar vantagens sobre os demais candidatos e há quem entenda que a visibilidade que a função lhes dá, historicamente, desequilibra a competição. Contudo, trata-se de uma meia verdade. Assim como realça as qualidades, a veiculação das imagens também expõe o despreparo. Dependendo do caso, quanto mais falam, mais votos perdem.

Transparência – Ainda que a legislação eleitoral permita interpretações restritivas, existe um princípio constitucional que deveria estar acima disso tudo: a publicidade (transparência). Sem as transmissões pela internet e com o plenário limitado a poucas pessoas durante a pandemia, o eleitor terá grande dificuldade de fiscalizar os atos de seus representantes. É um desserviço à democracia.

Eleitoreiros – Também há quem imagine que, neste período, alguns vereadores usariam a exposição nas sessões para apresentar projetos e propor debates eleitoreiros, com o objetivo de conquistar votos. Fala sério! Isso ocorre o tempo todo. O público já adquiriu imunidade.

Varrição
O vereador Joel Kerber (Progressistas) apresentou projeto de lei que, se for aprovado, pode garantir mais segurança a motoristas e pedestres. Ele quer obrigar as empresas que atuam no recolhimento de veículos acidentados, com guincho, a varrer os locais onde ocorreram as colisões. É muito comum ficarem sobre o asfalto pedaços da lataria e, principalmente, cacos de vidro, que podem furar pneus e ferir quem transita a pé.

Risco de surto
Depois de testar negativo para Covid-19, a vereadora Rose Almeida (PSB) fez um novo exame ontem e, desta vez, deu positivo. Vereadores e servidores tiveram de fazer o teste nesta segunda-feira e, felizmente, ninguém foi contaminado. Assim, a sessão de quinta está mantida.

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Radipinhas

Se a população está insatisfeita com a Câmara de Vereadores, grande parte da culpa é dos partidos políticos. Até condenados por fraude eleitoral em pleitos anteriores estão sendo escalados para concorrer ao legislativo, aproveitando-se de brechas legais. Não existe filtro algum.

Sem falar no grande contingente de pessoas totalmente despreparadas. Tem pré-candidato achando que Lei Orgânica é uma “planta” produzida sem o uso de agrotóxicos.

Se for confirmada a candidatura de Josi Paz (PSB) a vice na chapa de Kadu Müller, a Câmara já tem uma renovação de 40% garantida nas eleições deste ano. É que Rose Almeida (PSB) e Erico Velten (PDT) estão deixando a Política e Cristiano Braatz (MDB) vai disputar a eleição como vice de Gustavo Zanatta.

Pré-candidatos a prefeito elegeram as redes sociais como a principal ferramenta de comunicação com os eleitores. Ainda não se deram conta de que, na melhor das hipóteses, os algoritmos permitem que suas postagens cheguem a menos de 1% dos votantes. Vão ter de pisar no barro, sim!

 

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