Enquanto a quarta-feira não chega, sobe a temperatura nos meios políticos entre os apoiadores do ex-prefeito Luiz Américo Alves Aldana e aqueles que não o querem de volta ao Palácio Rio Branco. Daqui a dois dias, o Tribunal de Justiça avalia um recurso que pretende recolocá-lo na função, oito meses após a cassação pela Câmara de Vereadores por nove votos a um. De um lado, existe a firme convicção de que o Legislativo, durante o processo, dificultou a defesa do chefe do Executivo, produzindo nulidades capazes de mudar a decisão. De outro, a certeza de que os ritos legais foram seguidos à risca e de que a perda do mandato é definitiva. Para integrantes de ambos os grupos, sobretudo daqueles que estão empregados em cargos políticos na Prefeitura e dos que estão prontos a voltar para suas “boquinhas”, as horas parecem não ter fim.
Sem prejuízos – As chances do ex-prefeito não são tão grandes quanto muitos imaginam. E isso fica claro num parecer assinado pela procuradora de Justiça Magali Ferreira Mannhart. Ao se posicionar sobre os argumentos apresentados pela defesa de Aldana, ela refutou uma a uma as acusações de que ele teve sua defesa cerceada. Da mesma forma, entende que, em nenhum momento, os vereadores desrespeitaram a legislação durante o processo. E até dá a entender que o ex-prefeito lançou mão de manobras protelatórias para inviabilizar a conclusão dos trabalhos da comissão processante no prazo legal.
Boa parte das observações feitas pela procuradora de Justiça Magali Mannhart endossa o posicionamento do consultor jurídico da Câmara Municipal de Vereadores, Adriano Bergamo. Basta comparar as manifestações dos dois no processo.
Provocações – Nas redes sociais, as provocações entre os “aldanistas” e os opositores se multiplicam como erva daninha depois de uma chuva de verão. Um ex-secretário chegou a postar que algumas pessoas andam de nariz em pé e viram a cara para ele, mas lembrou que o mundo dá voltas. É uma ameaça velada do que pode acontecer se voltar ao poder. Do outro lado, há a promessa de que novos pedidos de Impeachment serão protocolados se o ex-prefeito reassumir. O mais triste é que tudo é movido por cargos e não pelo desejo genuíno de ver a cidade crescendo.
Santa safra
A falta de manutenção nas estradas do interior é um problema tão grave que os agricultores ficam felizes quando alguma chácara na sua localidade é escolhida para sediar a abertura da safra de citros. Agendado para o dia 25, sexta-feira próxima, em Calafate, o evento é responsável pelo alargamento, fechamento dos buracos e ensaibramento da via pública. Melhorias que certamente não aconteceriam de outra forma.
Pedindo bis – É mais ou menos o que acontece em muitas casas. Antes de receber uma visita, as pessoas costumam caprichar na faxina para não passar vergonha. Levando em conta as dificuldades da Prefeitura em atender aos produtores rurais, há quem defenda duas e até três aberturas de safra por ano.
Terno e gravata
Quinta-feira, às 18h30min, atendendo a requerimento do vereador Talis Ferreira (PR), a Câmara Municipal prestou uma homenagem à Viação Montenegro, pela passagem dos seus 60 anos de atuação no transporte coletivo. Direção e funcionários da empresa compareceram ao Legislativo, honrados pela lembrança e pela importância do reconhecimento à história da prestadora de serviços. Infelizmente, a sessão começou com três cadeiras vazias. Juarez da Silva (PTB), Felipe Kinn da Silva (PMDB) e Valdeci Alves de Castro (PSB) não estavam lá, embora tenham votado a favor do requerimento.
Atrasos – O vereador Valdeci até estava no prédio da Câmara, mas não ingressou no plenário porque o cerimonial para este tipo de evento exige que as autoridades compareçam de terno e gravata e o socialista estava à paisana. Juarez lembrou do “detalhe” e estava trajado a rigor, mas se atrasou. Quanto a Felipe, chegou no fim da homenagem e com roupas comuns.
Respeito – A exigência do terno e da gravata pode parecer frescura para a maioria das pessoas, mas demonstra respeito e reverência aos homenageados. Esta regra até pode ser revista nestes tempos de informalidade, mas chegar atrasado à sessão, isso não tem perdão.
Tratamentos diferentes
Vereador Cristiano Braatz (PMDB) fez uma denúncia muito grave da tribuna da Câmara nesta quinta-feira. Segundo ele, o governo do Estado é seletivo ao definir quais hospitais receberão os repasses em dia e para quais ficará devendo. Com o HM, por exemplo, há mais de R$ 3 milhões em atraso, ao passo que diversas outras instituições estão com os pagamentos em dia. É bom que a Secretaria Estadual da Saúde tenha uma boa explicação para isso.
Politicagem – Cristiano está indignado com a situação. Há quem sugira que a culpa é das diferenças políticas entre os inquilinos do Palácio Piratini e a direção da instituição. O administrador do HM é ligado ao PT, mas, até prova em contrário, nunca deixou que isso interferisse no atendimento à comunidade. Do outro lado, parece que não é bem assim.
Explicações – Como o vereador Cristiano é do mesmo partido do governador José Ivo Sartori, é claro que ele fará o máximo esforço para buscar uma explicação e cobrar tratamento igualitário a todas as instituições de saúde do Rio Grande do Sul. Difícil conceber que ocorra tamanha mesquinharia.
Chega de birra!
A Câmara de Vereadores de Montenegro continua com a mesa diretora incompleta, com duas das quatro posições em aberto. A polêmica começou em fevereiro, quando o presidente Erico Fernando Velten (PDT) demitiu uma assessora sem consultar previamente os demais integrantes. Como resposta, a secretária Josi Paz (PSB) – que havia feito a indicação -, o segundo secretário, Juarez da Silva (PTB), e o vice-presidente, Felipe Kinn da Silva (PMDB), renunciaram aos cargos. Alguns dias depois, Valdeci Alves de Castro (PSB) concordou em assumir a vice-presidência, mas as outras duas vagas seguem sem titulares.
Chamada – Todas as quintas-feiras, Velten é obrigado a fazer uma chamada para ver quem está disposto a ler atas e documentos do expediente. Alguns vereadores chegam a entrar atrasados no plenário de propósito para não ajudar. Outros simplesmente negam o chamado. Quem mais tem colaborado ultimamente é Talis Ferreira (PR).
Imagem – No início, a situação gerava piadas, mas já se passaram três meses e o que era engraçado está se tornando ridículo. Velten já deve ter aprendido a lição que os colegas lhe deram. Manter esta situação prejudica a imagem da Câmara e mostra o quanto são “birrentas” algumas das pessoas a quem os montenegrinos confiaram seus votos.
Rapidinhas
* Por iniciativa da vereadora Josi Paz (PSB), a Câmara de Vereadores deve realizar, em breve, uma sessão comemorativa alusiva aos 70 anos da empresa Tanac. O aniversário da indústria, uma das mais tradicionais da região, é 23 de junho.
* O prefeito Oregino José Francisco vem pressionando, com razão, a Câmara de Vereadores de Pareci Novo a se reunir em sessões semanais. Hoje, por um salário de R$ 2.456,41, suas excelências vão ao plenário somente a cada 15 dias.
* Em São José do Sul, as sessões também ocorrem a cada duas semanas e o salário dos vereadores é de R$ 2.114,94.