Sou pai, sou filho, sou espírito

Cássio Brito
Contador, Professor e Pensador

Santo? Somente minhas ações nessa existência poderão dizer…
O importante é que carrego dentro de mim a trindade de Deus, e sou sua manifestação, imagem e semelhança, o que não me diferencia de ninguém, pois todos somos oriundos da mesma matéria e todos formamos a mesma trindade.
Muitas vezes não temos a real percepção da carga de responsabilidade que carregamos diariamente, pois serão nossas ações que consolidarão a existência ou não de Deus, uma vez que, nas ações de benevolência, expressamos todo o Seu Amor e Sua Gloria; nas ações maldosas, expressamos o antagonismo da existência humana.
Ele é maior que todos nós e, quando falo sobre a consolidação de Sua existência, não quero dizer que existe dúvida sobre a existência de Deus, mas que, internamente, podemos nos afastar Dele e perder o contato com nós mesmos, passando a ser, apenas, fantoches vazios de um mundo sem sentido.
Nos afastando das discussões teológicas e caminhando ao encontro de questões filosóficas, nos deparamos com a bifurcação do comportamento e do trabalho interno. Nossas decisões, nossas ações, nossos pensamentos e nossa fala definem, a cada instante, qual o lado que escolhemos dentro de nós e a soma dessas escolhas será o que definirá se seremos ou não santos.
Óbvio que vivemos em um mundo de lamentos e dores, em um mundo de desafios reais pelo trabalho, pelo alimento, pelo conforto e pelos relacionamentos e, como um complemento divino, tais desafios nos ajudam a reforçar o que somos, a melhorar o que queremos, a extinguir o que precisamos eliminar, dentro de nós.
Ao final, todo o trabalho da busca de Deus se volta para nós mesmos, nossa fé e nossa confiança nas escolhas feitas, e nossa luta constante contra o monstro que habita em nós e tenta crescer.
Seremos santos?
Talvez algum dia… quando as escolhas não forem difíceis, quando o convívio seja de paz, quando a plenitude seja a demonstração pura e transparente daquilo que somos e não o reflexo do que o mundo espera que sejamos. Que encontremos Deus em nós mesmos e o aceitemos, abdicando dos estereótipos sociais, do materialismo dos grupos e do vazio da alma. Vamos preencher cada espaço em nosso íntimo com a energia do Cristo e transbordar, em alegria e contentamento, contaminando aqueles cujo caminho ainda não esteja claro, entregando a luz para que possam, conscientemente, fazer suas escolhas.
Que assim seja!

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