Saudades

Dizem que a palavra “saudade” somente existe no idioma português e que deveríamos entender como um presente divino ter uma palavra que consegue expressar o profundo sentimento que a falta de alguém nos traz.
Sentimos saudades de pessoas, lugares, experiências. De amores vividos, de tempos harmoniosos, dos almoços em família, das saídas para festas e celebrações.

Sentimos saudades de nossos pais, que partiram ou que estão longe por conta das situações de vida, morando em regiões distantes e experimentando suas próprias histórias.

Sentimos saudades de nossos filhos, que travam suas batalhas nos campos da vida, que caem e se levantam todos os dias, que batem e apanham, mas que não estão por perto para receberem nossa proteção e nosso carinho.
Sentimos saudades de nossos amores como quem sofre a perda de um pedaço de si e que precisa, intensamente, ocupar esse espaço com aquele pedaço faltante.

Vivemos tempos de distanciamento e, às vezes, a saudade aperta…
Por mais que seja difícil, temos que encarar o momento e desenvolver outras formas de matar essa saudade. Seja por meio dos recursos tecnológicos, seja por meio de visitas de varanda, daquelas em que você não abraça, não beija, não aperta, mas vê e, na profundidade de seu olhar, demonstra o tamanho do afeto e do carinho que carrega dentro de si. Demonstra a vontade absurda de estar junto e o quanto aquela pessoa é valiosa para você.

Vamos desenvolver o abraçar com os olhos e com o coração!
Vamos valorizar o fato de estarmos vivos nesses tempos malucos e aconchegar em espírito a saudade daqueles que partiram. Vamos sorrir, por mais que seja um sorriso salgado pelas lágrimas da distância ou da partida, mas que sejam sorrisos sinceros, resplandecentes e acolhedores.

Vamos fazer a vida correr em nossas veias, em turbilhões de esperança e fé e estar certos de que, logo mais, não sei bem quando, mas… logo mais, vamos nos abraçar, vamos nos beijar, vamos confraternizar sentindo o cheiro do outro, o calor de sua aura e a maciez de seu toque.

Vamos sentir saudade, sim, e transformar essa saudade na certeza de que, muito em breve, ela não deverá mais nos incomodar, pois será consumida pela presença, pelo sorriso ou pelo olhar.

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