Que falta faz um abraço

Cássio Brito
Contador, Professor e Pensador

O abraço é uma das demonstrações de carinho e afeto das mais importantes na vida humana, pois é ali que praticamente tocamos nossos corações e nos colocamos em sintonia, num bater harmonioso e singular, com o mesmo compasso, derivando as mesmas emoções.

Ele deve ser grande, de urso, nos envolvendo por completo e nos dando a total sensação de proteção. Dentro desse abraço, temos a certeza de que o mundo poderia acabar ali, de que não existem mais dores ou preocupações, de que o amor existe e que o mal e as preocupações são apenas passageiras.

Ele deve ser forte, do tipo quebra-costela, que nos impele a expelir de um sobressalto nossa última respiração tensa e buscar o renovar do oxigênio, imediato, em nosso corpo e mente, envolvidos pela energia daquele que nos abraça.
Deve ser suave, acolhedor. Iniciando imediatamente ao toque a transferência de energias positivas e a harmonização das batidas dos corações e convergindo em uma relaxante sensação de bem-estar e de querer mais…
Um grande abraço é importante!

Nos tempos de hoje, o abraço ficou restrito e ganhou valor diferenciado. Passamos a entender o porquê dos avós a nos apertarem, o porquê dos pais a nos sacudirem, o porquê de nossas paixões nos amassarem ou o porquê de nossos irmãos nos aquecerem. Passamos a entender sua importância pela falta que fazem…

Descobrimos nesse meio tempo formatos diferentes de abraços, aqueles de alma, de espírito. Aqueles onde energias quentes e sensações de alegria e contentamento atravessam as distâncias ou escapam das telas. Aqueles que estão nas vozes embargadas ou nos olhares lacrimejantes. Aqueles que não mais sufocam pela força ou pela intensidade, mas pela ternura do olhar, pelo falar do silêncio, quando rola a lágrima, ou pelo sorriso despretensioso que preenche a imagem que vemos.
São diferentes abraços, pois o mundo está diferente.

Mas continuam quentes, fortes, calmos e imensos em sua intenção…
Que nos abracemos em oração por todos aqueles que amamos, que nos abracemos em alma e possamos compartilhar nossas alegrias, ou enxugar juntos nossas lágrimas…

Que nossos abraços se tornem palavras e as palavras sejam suficientes, por hora…
Que possamos, em breve, transformar as palavras em movimentos, de abrir os braços como fez o Cristo e envolver o outro, trazendo para perto de si, encostando os corações e pulsando em energia e harmonia, com um sorrir suave e sereno… pois logo tudo isso vai passar.

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