Muitas vezes, ao me dedicar à reflexão, apanho-me questionando a mim mesmo sobre o porquê das coisas…
É urgente entender o porquê de sempre tentar fazer o outro ver com meus olhos e caminhar sob meus passos… Por que não o libero para investigar por si, a aprender e ensinar com suas ações? Por que não me coloco em seu lugar e uso da empatia necessária para compreender suas dores, angústias e decepções?
Por que não experimento novos alimentos, novos caminhos, novas atitudes e reclamo constantemente de ter, continuamente, os mesmos resultados em minha vida?
Por que não ando descalço? Por que não tomo banho de chuva? Por que encontro sempre as justificativas de meus fracassos e decepções no outro, em suas ações, em suas falas, em seu comportamento?
Por que sou tão cruel às vezes?
Por que escolho estar sozinho, quando meus amigos buscam minha atenção? Por que não tenho amigos? Por que não ajudo? Por que não recebo ajuda? Por quê? Por quê? Por quê?…
O fato é que, raramente, encontro respostas para meus questionamentos. Por outro lado, encontro, nessa reflexão, as inquietudes que poucas vezes tenho a real percepção quando ocorrem, como o mau humor ao cumprimentar alguém, ou a ansiedade que antecede uma situação ruim que não aconteceu e, provavelmente, jamais acontecerá…
É vital encontrarmos em nossa rotina um breve momento para uma reflexão profunda sobre nossa vida, sobre nossas ações e a consequência disso tudo em nós e no outro. Um momento de conexão com nosso Universo Individual, com Deus e a paz que esse diálogo interno traz.
É de suma importância que nos encaremos como seres únicos, vivendo em sociedade, e que o único e principal poder que temos é o de nos transformar frente às situações, de nos moldar frente ao ambiente e de provocar a mudança que queremos do mundo através de nossa fala, de nossas ações e de nossas reflexões. Pois daí podemos entender as mudanças necessárias, encarar nossa consciência e avaliar as consequências daquilo que somos e daquilo que provocamos, de bom ou ruim, na vida de todos.
Vamos aproveitar esses raros segundos de dedicação a nós mesmos, quando nos desconectamos do trabalho, do cotidiano, das crianças, da família, para nos conectar com Deus, e, em oração e reflexão, a qualquer momento, transformar um pouquinho a nossa vida e, através dessa transformação, mudar o mundo.
Alguns podem pensar “não tenho tempo”!
Veja, não é um ritual periódico em um templo. São apenas alguns segundos durante o banho, antes das refeições, antes de dormir, no trajeto do trabalho, da escola etc. Serão segundos valiosos que, ao se desconectar de Tudo, nos conectamos ao Todo e, pouco a pouco, o resultado em nosso meio se faz perceptível e provoca, no outro, a mesma necessidade…