É no silêncio que me encontro e respiro. Energizo meu cérebro e meus órgãos e encontro a paz. É lá que me desconecto do mundo trivial e suas confusões, seus conflitos, suas paixões e suas dores…
É nesse estado que ouço meu coração e seu conflito com a minha razão. É onde consigo ver, com os olhos fechados, os matizes de cores que embelezam o mundo, ou o cinza sem graça que me rodeia nos momentos de aflição e desconexão.
É no silêncio que encontro a paz…
No início, meu silêncio é barulhento, é caótico e ofusca a razão… recheado de gritos e sussurros, de explosões e de emoções, parece impossível de atingir… é nesse estado que lutamos as mais duras batalhas e enfrentamos nosso maior desafio. É nesse momento que nos olhamos e nos encaramos, sabendo de nossas fraquezas, sucumbimos muitas vezes e desistimos…
É no início da jornada que a desconexão é falha, que o silêncio berra aos ouvidos e o material do mundo nos prende. É no início do silêncio que temos a infeliz ideia de que já estamos bem, de que podemos retornar e continuar nossa ruidosa caminhada.
Entretanto, quando somos persistentes na busca de nosso silêncio real, quando somos sinceros em nosso desejo de desconectar, quando fechamos os olhos e abrimos a mente, percebemos o quão grandioso é o universo!
Somente quando rompemos as barreiras do tangível é que tocamos o todo, nos conectamos com o Cosmo e preenchemos nosso silêncio, não mais com ruídos desconexos e sem sentidos ou com sons que nos tiram a sintonia interna, mas sim com o maravilhoso e divino silêncio de onde todas as almas se conectam e se energizam. É ali que entendemos significados, que percebemos oportunidades e situações e encontramos a resposta para as perguntas que permeiam nossa mais profunda existência: Quem somo? De onde viemos? Para onde vamos? Por quê?
É no silêncio do Cosmo que tocamos o divino, entendemos seus propósitos e aceitamos nosso destino, não pela servidão cega, mas pela certeza imbatível da existência de algo maior. É no silêncio de nosso templo que consolidamos a paz da alma e a tranquilidade do espírito.
É no silencio da existência que encontro a mim mesmo, e ao divino, e percebo que somos um, pois eu estou Nele, e Ele, habita em mim.