Fé, tradições e mandingas de Ano Novo

Não torça o nariz. Nessa época do ano, todo mundo se rende – em maior ou menor grau – às delícias de uma mandinga, seja na forma de simpatia, no uso de cor específica ou naquele prato que não pode faltar na ceia. Tudo para garantir a sorte no próximo ano. Faz parte da tradição, do fechamento de um ciclo e do início de outro.
Vamos começar pelas cores. O branco reina por aqui, mas não gosto. Nada contra a paz. Mas o verde é a minha cor favorita. Na vida. E também na virada. Verde simboliza esperança e saúde. Fico com ele pra entrar em 2020. Mas cada um que escolha a sua cor. Pelo que li, devido à energia que teremos no próximo ano, só é bom evitar o vermelho. E ainda tem a calcinha! Atire a primeira pedra a mulher que não compra calcinha nova. Amarelo do dinheiro, vermelho da paixão, rosa do amor, azul da serenidade e etc. A minha tá comprada. A cor? Não conto! Mas, se possível, ela teria todo o arco-íris.
Tenho as minhas tradições de fim de ano, claro. De algumas coisas não abro mão na última semana. Primeiro, pego a agenda deste ano e confiro minha lista de objetivos, faço um balanço do que deu certo, festejo e agradeço. Quando algo não ocorreu da forma como planejei, tento compreender o que ocorreu para que fosse necessário recalcular a rota. Mas depois…bola pra frente. Porque a vida já é dura demais para que a gente não se perdoe às vezes né?! Então pego a agenda do ano seguinte e escrevo o que quero construir nos próximos 365 dias.
A agenda 2020 já está com a listinha feita. São cinco tópicos que eu mantenho só entre mim, a agenda e Deus. Converso bastante com o cara lá de cima, um papo franco onde agradeço pelas generosidades que a vida me ofereceu e também pelas pedras no caminho que me impulsionaram. E cobro Dele explicações ao que não entendi. Então faço meus pedidos. E digo a cota de esforço ofereço em troca. É um acordo. E, como tal, cada parte tem de colaborar. Se está difícil convencê-lo, peço pra Nossa Senhora ou para Mãe Oxum – escolha conforme à sua crença, eu, na dúvida, invoque ambas – dar uma ajudinha. Pedido da Mãe é atendido mais rápido, tenho certeza.
Não tenho simpatia de Ano Novo. Não como uvas, nem pulo sete ondas, não guardo folha de louro ou grão de lentilha na carteira. Apesar de não abrir mão deste grão na ceia. No dia 31, cumpro, sem falta, minha única mandinga. Mas garanto, é certeira para atrair boas energias! Banhos de sal grosso e de mel. Primeiro o de sal, pra afastar tudo de ruim. Deixa secar no corpo, tá!? Se tiver algo na tua vida que não esteja legal, peça para que o sal leve embora. Depois é o de mel, que serve para adoçar a vida e atrair boas energias. Enquanto toma o banho, você faz seus pedidos. Também deixe secar no corpo. Na dúvida, mal não faz.
E tem uma crença que carrego sobre a noite da virada. Não adianta querer atrair boas energias e levar ranço velho pro Ano Novo. Perdoar é bom sempre. Mas a noite da virada é especialmente atrativa. Para quem não nos quer bem, a gente deseja distância, sim. Mas jamais se torce pelo mal. Como diz a oração do Arcanjo Miguel, aos inimigos a gente pede apenas que “tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem e nem pensamentos possam ter para me fazer mal”. Em outras palavras, a gente se afasta, mas deseja toda a felicidade disponível no Universo. Porque gente feliz vai aproveitar a vida e não incomoda os outros, né?! Vem 2020, estamos prontos, cheios de energia – das boas! – e vontade de construir um ano de vitórias. Uma ótima virada a todos.

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