Um robô para a saúde

Repetidamente digo que estamos vivendo em uma época muito chata. Pessoas têm acesso demais a informações que muitas vezes não condizem com a realidade e interpretam as informações de uma forma ainda mais irreal.
Quem tem minha idade, lembrará de uma brincadeira que fazíamos na escola ou na rua chamada “telefone sem fio”. A brincadeira consistia, em primeiro lugar, em ter diversas crianças presentes em um mesmo local, preferencialmente em círculo. Uma delas iniciava a brincadeira falando uma palavra no ouvido do amigo do lado e sucessivamente isto ia acontecendo até chegar novamente ao ponto de partida.
Poucas eram às vezes que a palavra chegava de forma correta ao ponto inicial.
Hoje na área da saúde vivenciamos algo similar ao telefone sem fio.
Pessoas lêem o que querem, interpretam da forma que bem entendem e agridem verbalmente e até fisicamente quem passou anos estudando para saber o que o Google “ensina” em segundos.
Não é de se admirar que há uma debandada bastante expressiva de profissionais da saúde para outras áreas de atuação, visto que em muitos casos se o procedimento não for de acordo com o que o “doutor Google” ensinou em dois minutos, está errado e fará mal ao paciente, que tanto estudamos para dar conforto e aliviar as dores, sejam físicas ou mentais.
Não bastando, além de cursos rápidos via internet, as pessoas perdem o senso de noção. Não podem ver um profissional de saúde parado, que já pensam que nada está fazendo. Esquecem que o camarada que estudou para salvar é um ser humano, que sente fome, sede, tem angústias e muitas vezes ao lidar com situações estressantes, acaba sentindo a dor do paciente e precisa de alguns minutos para se recompor.
Bom mesmo, seria se fosse igual a uma linha de produção: digita o que sente, a máquina vem, resolve e manda embora.
Quem duvida!?

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