No dia 14 de abril de 1979, um sábado, feriado de Páscoa, no Hospital Montenegro, vinha ao mundo a criança mais linda desta cidade. No berço do lado, um gordinho chorava desesperado por comida e certamente porque estava com sono. Dizem que era eu!
Há quase 40 anos atrás, tudo era diferente, até a saúde. Era tudo mais simples, sem burocracias. Não havia memes e pensar que, num futuro nem tão distante, tudo seria motivo para divisões, polêmicas e um monte de frescuras cansativas era praticamente impossível.
O final da década de 70 até o final da década de 80, ao meu ver, foi um período excelente. Talvez pelo simples fato de poder ver o mundo com olhar de criança. Com este olhar, nada crítico, tudo era melhor. Brincar na terra, estudar pouco, brincar mais ainda. Era um período onde não haviam quase cobranças e tudo o que eu fazia era motivo para sorrisos.
A década de 90 foi cheia de mudanças. Aquele período de transição, entre infância e adolescência. Uma fase com altos e baixos. Normal da idade. Não sei como minha mãe aturava. Era ensaio de banda na garagem, pouca vontade de estudar e muita vontade de ficar “solto” no mundo. Típico de todos desta idade. Quer dizer, típico de quase todos. Havia alguns que levavam bastante a sério, estudavam bastante e divertiam-se na medida. Tudo bem que eu e meus amigos éramos exceção, mas hoje quase todos somos adultos responsáveis.
A virada do século veio para mostrar que, de mole, a vida não tinha nada. Obrigações, estudo, cobranças. Mas incrivelmente, nada de memes e frescuras. Ouvíamos o que precisávamos ouvir. A vida muitas vezes nos dava “tapas na cara” ou “jogava no chão”. Aí, nesta fase, havia duas opções simples, que eram levantar e ir adiante ou ficar no chão, esperando alguém ajudar a levantar e, quem sabe, fazer algo para ajudar. Foi bastante intensa essa época. Sinto saudades, apesar de tudo o que passei.
Antes de acabar 2010, já estava na faculdade, estudando e me divertindo. Depois dos 18, a vida começou a passar bastante rápido. Quando me dei conta, já estava formado, em dois empregos, correndo atrás da máquina. Fazendo o que amo, nos lugares que amo. Jornada dura, mas feliz.
Faltando alguns dias para os 40, estou casado, com família…
Passou voando!
E se a vida começa aos 40, estou bastante ansioso para chegar lá, pois, até aqui, está sendo demais!
Carlos Eduardo Vogt
Enfermeiro