O mais do mesmo!

Este ano mal começou a já temos motivos suficientes para tentar esquecê-lo. No primeiro mês e alguns dias de 2019, ocorreram vários desastres, que acabaram tragicamente com a vida de muitas pessoas.
O que há de semelhança entre eles?
A negligência dos responsáveis!
A televisão nos dá um parâmetro bizarro, onde as pessoas que deveriam zelar pelos que morreram negligenciaram, inclusive, documentos que previam algumas das catástrofes. Filmagens dos locais mostram a triste realidade daqueles que perderam suas vidas na tentativa de trabalhar honestamente para seguir adiante.
Sensacionalismo a parte, considero isto muito grave, visto que cada vez mais o dinheiro está dando lugar a vidas. Em Brumadinho, temos em torno de 300 vítimas, mais de 150 já reconhecidas e o mesmo montante ainda desaparecida. A empresa em que trabalhavam disse que vai indenizar os familiares, mas pergunto: qual o valor de uma vida?
Brumadinho ficará na triste história, como Mariana ficou, como o Rio de Janeiro e tantas outras, pois quando acaba a curiosidade dos espectadores, acaba o auxílio. Há relatos e mais relatos em que famílias ficam desamparadas. Com o desastre de 2019, voltamos à tragédia de 2015 e podemos perceber que as vítimas de Mariana ficaram esquecidas até agora, quando ressuscitaram para mostrar ao povo brasileiro que a impunidade prospera sempre.
O que será que vai acontecer com as famílias daqueles jovens jogadores, que cheios de sonhos tiveram as vidas confiadas a pessoas que os tratam, no fundo, como mercadorias?
Um pai e uma mãe que perdem um filho tragicamente receberão uma quantia em dinheiro, alguns segundos de fama na televisão, que também irá explorar ao máximo essas pessoas para ter audiência e depois, voltam à suas casas, para tentar juntar os pedaços e reconstruir a vida, sem o filho que perderam para o “sonho brasileiro”.
Por que será que a desgraça vende tanto?
É sempre a mesma coisa!
Enquanto isso, seguimos trabalhando, arrecadando, pagando, matando um leão por dia, para tentar chegar em casa e talvez assistir ou ler uma notícia boa, no meio de tantas coisas ruins.
Espero que, após começar o ano, depois do Carnaval, a maré traga bons ventos, para o brasileiro poder, ao menos, seguir sua vida, sem mais surpresas nada agradáveis.

Carlos Eduardo Vogt
Enfermeiro

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