O bom que não é bom

Seres humanos têm uma grande peculiaridade quando os comparamos a máquinas, já que, dotados de sentimentos, podem ou não cometer erros. Vou além: alguns erram acidentalmente e outros, que não possuem caráter, podem “errar” para desfavorecer alguém.
Ter sentimentos, às vezes, não é legal. Sentir saudade, desprezo, vergonha e por aí vai. Ter o dom de sentir as coisas, às vezes, nos faz sofrer, ao pensar, por exemplo, que pessoas em quem outrora se confiava nos viram as costas em momentos em que não estamos bem. Pior ainda se a pessoa que deu as costas era uma referência que tínhamos, aí a decepção é ainda pior.
Desta forma, confiar em alguém acaba tornando-se cada vez mais complexo, tendo em vista que sempre acabamos sendo julgados por não sermos iguais a máquinas, que, ao apertar um botão, desempenham sua tarefa.
O pior é apontar o dedo e, cheio ou cheia de razão, achar-se dono da situação e da verdade e esquecer que seres humanos falham. Os que têm caráter não falham porque querem, falham pois podem estar preocupados com um milhão de coisas, afinal, como já disse, não são máquinas.
Pior ainda é quando atribuem falhas a pessoas que repetidamente apontavam erros, avisavam, comunicavam que algo não estava certo e, quando algo dá errado, justificam o injustificável com desculpas pífias e sem fundamentação, chegando ao ponto de assediar moralmente as pessoas, mexer com os sentimentos, mentir e omitir fatos. Mas como nada fica registrado, fica o que foi dito por quem deveria gerir pessoas, mas prefere se omitir e dar suas atribuições a sanguessugas que, num passado não muito distante, cometeram “erros” tão graves que foram severamente punidos, mostrando não ter um pingo de vergonha na cara, mas absolvidos foram com apadrinhamento.
Assim, perdemos as referências, a confiança e as relações de trabalho se quebram, restando apenas a vontade louca de sair correndo porta afora e, sem olhar para trás, pegar o primeiro avião para um país onde as pessoas ao menos sejam justas e honestas o suficiente para assumir quando fazem mal.
Assim sendo, quem era bom mostra suas garras e notamos que talvez a bondade que antes acabava por nos envolver, nada mais era do que algo vago. Na hora em que precisamos repaginar a vida e mudar, para melhorar nossos pensamentos e colocar as ideias em dia, acabamos por nos deparar com mais uma pedra no caminho.
Ao meu ver, trabalhar com pessoas é complexo, mas ao mesmo tempo desafiador, pois ser chefe é fácil, difícil hoje em dia é ser líder. Mais difícil ainda do que ser líder é ter o respeito e a confiança da equipe. Uma relação de confiança pode demorar anos para ser estabelecida, mas bastam segundos para ser estilhaçada e nunca mais reconquistada. Chefes simplesmente mandam. Líderes dão exemplos e fazem com que a equipe ande sempre a sua frente, para poder observar e ajudar aquele que está prestes a cometer um erro.
Nos últimos tempos, tenho lido muito sobre gestão de pessoas, para aprender ainda mais a lidar com o material mais precioso que qualquer empresa pode ter, que é o colaborador. Usar um crachá de gerente, chefia ou algo similar, muitas vezes, serve apenas para aumentar o valor que é depositado na conta-corrente e nada mais.
Divagando a respeito, espero que este texto possa ajudar alguém a repensar suas atitudes e fazer uma autoavaliação. Hoje, com mais tempo, consigo refletir e fazer minha autoavaliação. Até aqui, entre erros e acertos, acho que minha avaliação é positiva.
E a tua, como está?

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