Ao que leva a crença cega em algo ou alguém?

Nas últimas semanas surgiram nos noticiários e nas redes sociais a presença de células neonazistas no Rio Grande do Sul e alguns crimes foram diretamente ligados a essas pessoas, que tinham como doutrina, ou ao menos diziam-se nazistas. Mas não sei ao certo se de fato sabem ou desconfiam que o fanatismo de alguns, em um passado nem tão distante, levou à morte muita gente, que pensava diferente ou não se enquadrava no “perfil”.

Defendo termos credo, pois quando acreditamos em alguém ou em um ser supremo, podemos ter a determinação em acordar todos os dias e tentar ser pessoas melhores dentro de uma sociedade. Mas usar uma crença ou uma filosofia para propagar o mal jamais poderá ou, melhor, poderia ser poderá ser aceito.

Uma sociedade surge quando a diversidade desponta, pois se todos acreditarem na mesma coisa, acabamos indo para um local por demais perigoso, que seria crer que a razão está apenas do lado de uma pessoa ou um “seleto” grupo e na história, isso nunca acabou bem.

Quem doou a vida na Segunda Guerra achando que Hitler era o salvador, sequer sabia o que estava fazendo, acreditando no segundo anticristo e num grande genocida (a história mostrou isso depois, mas a profecia já estava escrita). Quem discordava do que ele pensava ou pregava, tinha um fim bastante trágico. Pensando assim, o fanatismo é muito ruim, pois acaba-se crendo em algo ou alguém que pode estar nos levando para um caminho sem volta.

O benefício da dúvida, sempre deve ser ofertado aos que pregam ter razão em tudo, mas digo, que não há divindade que tenha acertado 100% na história.

Mas porque então são divindades?

Por que assumiram seus erros e tentaram não mais errar.
Simples!

Errar e admitir o erro não é feio, muito pelo contrário, é louvável, é o correto, ainda mais quando esse erro pode levar ao dano de mais pessoas ou mais vidas.

Errar propositalmente, sabendo que poderá machucar ou prejudicar pessoas, é inconcebível, mas o erro que acontece por sermos simples seres humanos, poderá sim ter o perdão.
Então quem está lendo este texto pode discordar de mim?
Óbvio que sim!

Tenho meus pensamentos, meus posicionamentos. Sou único neste mundo, como cada um é. Todos somos diferentes e devemos e podemos divergir, de forma respeitosa, para que a sociedade como um todo ganhe com isso.

Assim sendo, quando cremos cegamente em um ser ou em uma pessoa apenas e propagamos as verdades que ela prega, sem poder opinar, discordar ou argumentar, há algo muito errado acontecendo e talvez seja a hora de parar, pensar, dar um tempo e pular fora, pois quando alguém não quer que o pensamento das pessoas seja exercitado, significa que quer um povo escravizado, sob suas ordens e suas doutrinas, sejam elas para o bem ou para o mal.

Carlos Eduardo Vogt
Enfermeiro

Últimas Notícias

Destaques