Enfermeiro
Neste último mês, o Rio Grande do Sul presenciou a morte de policiais que, ao cumprir seu dever, acabaram tombando após serem atingidos por armamento de grosso calibre, que não poderia estar na mão de quem estava, por motivos óbvios e que não preciso citar.
Morreram pais de família, filhos, irmãos…
Morreram gaúchos que defendiam outros gaúchos!
Mas por que será que estão morrendo tantos policiais?
Seria falta de preparo deles?
Ou será que o Estado para o qual eles trabalham – e quando falo Estado, tenho que incluir a nação – não está fazendo de tudo para proteger o bandido e tirar cada vez mais o direito de polícia das polícias?
Me coloco na pele destes bravos soldados e inspetores e penso no dilema que sofrem diariamente ao precisar sacar a arma do coldre, pois sabem eles que um tiro poderá mudar suas vidas e torná-los vilões. São milésimos de segundos que podem fazer brutal diferença, já que o bandido não pensa em nada mais do que atirar em qualquer um que estiver na sua frente e fugir.
O que deve pensar o policial quando, após realizar uma prisão e retirar toneladas de drogas das ruas, na audiência de custódia, os bandidos são liberados, mesmo tendo sido presos em flagrante, porque disseram que houve abuso por parte da polícia na abordagem?
Prender bandidos hoje é coisa para quem tem muita coragem. Não é simplesmente jogar o cara no porta-malas do camburão e levar para a DP. O policial precisa, com todo o polimento do mundo, estender um tapete vermelho para o sr. Bandido até o confortável banco da viatura e pedir gentilmente que sente-se, para ser conduzido até a DP. Mesmo assim, se o bandido não gostar, na audiência de custódia, o policial, de herói, pode virar o cara malvado.
Não gostaria de estar escrevendo este texto, falando novamente em mortes de policiais, e muito menos da falência da máquina pública, que só favorece criminosos. Acho que agora entendo porque alguns amigos preferiram “jogar” a toalha.
Mais uma vez, desejo meus sinceros sentimentos aos familiares e colegas destes nobres guerreiros!
