Com dificuldades para respirar, José recebeu oxigênio e após exame foi confirmado pneumonia, sendo então internado. “Ele chorava de dor”, recorda a mãe. Ela diz que na quarta-feira foram feitos novos exames, constatando água no pulmão. “Tiraram 250 ml de água”, diz. E aí foi entubado. Iniciou a busca por vaga em outro hospital, devido a gravidade. Foi conseguido leito no Hospital da Ulbra, em Canoas, mas dependia de transporte em ambulância especial, tipo UTI Pediátrica, que demorou cerca de 8 horas. A mãe diz que aguardaram vir uma ambulância de Torres para levar o filho. Foi encaminhado às pressas em estado já gravíssimo. Na chegada ao hospital de Canoas, a mãe diz que foi informada que o filho tinha sofrido parada cardíaca e estavam tentando reanimá-lo. “Vi tudo. Tentaram a reanimação por 40 minutos e não deu resultado”, conta, em lágrimas. Foi diagnosticado o óbito no início da madrugada de sexta-feira, à 1h18min (Fonte: fatonovo.com.br).
Por mais que eu tente tocar a vida, lutando com meus sentimentos de revolta e impotência, a lembrança do pequeno José não me sai da mente. Aquela sensação de que, se tivéssemos uma UTI Móvel tipo D no município poderíamos ter dado uma chance, e quem sabe o pequeno José estaria neste momento correndo e brincando como toda criança em sua idade faz.
Tenho conversado muito com nosso secretário municipal da saúde, o Dr. Rodrigo Streb que tem se mostrado solicito. Eu acredito que somente com a união de todos nós podemos encontrar soluções para nossos problemas estruturais. Não é nada fácil, estamos saindo de um período crítico onde centenas de pessoas tiveram que aguardar exames e tratamentos devido a pandemia. Agora em um cenário de arrefecimento da pandemia nossas unidades de saúde estão sendo muito demandadas, isto não é motivo para prestarmos um atendimento diferente do que tínhamos antes da pandemia.
O tempo de demora do transporte do menino José pode ter custado sua vida, nunca saberemos, mas uma coisa todos nós como sociedade podemos fazer que é dar uma resposta efetiva para que não tenhamos outros casos semelhantes.
Fiz a indicação na última quinta-feira (19) ao Executivo Municipal para a compra de uma Ambulância Tipo D, destinada ao suporte avançado de vida, em outras palavras, para o atendimento e transporte de pacientes de alto risco de vida (tipo UTI). Tendo em vista os fatos de grande repercussão ocorridos em nosso Município, onde os munícipes necessitando de transporte especializado, em casos de alto risco de vida para serem encaminhados ao atendimento de referência, não encontram suporte em Montenegro para tanto, tal situação evidencia a necessidade iminente de aquisição de uma ambulância que fique disponível para atender esta demanda. A saúde é um direito primordial do ser humano, não é admissível a perda de vidas pela simples falta de transporte no momento em que se faz necessário, submetendo o paciente a longa espera de sua viabilização.
Estamos em outra frente que é buscarmos juntos a viabilidade de construção de um Hospital Regional para o Vale do Caí, com especialidades, inclusive com UTI Neonatal e Pediátrica. Convido cada cidadão montenegrino e da região do Vale do Caí a se juntar a nós nesta busca. Espero que não tenhamos mais casos como este, quando o assunto é salvar uma vida, cada segundo é crucial.