O mais amplo levantamento sobre as condições de trabalho dos profissionais de saúde desde o início da pandemia avaliou o ambiente e a jornada de trabalho, o vínculo com a instituição, a vida do profissional na pré-pandemia e as consequências do atual processo de trabalho envolvendo aspectos físicos, emocionais e psíquicos desse contingente profissional. “Após um ano de caos sanitário, a pesquisa retrata a realidade daqueles profissionais que atuam na linha de frente, marcados pela dor, sofrimento e tristeza, com fortes sinais de esgotamento físico e mental. Trabalham em ambientes de forma extenuante, sobrecarregados para compensar o elevado absenteísmo. O medo da contaminação e da morte iminente acompanham seu dia a dia, em gestões marcadas pelo risco de confisco da cidadania do trabalhador (perdas dos direitos trabalhistas, terceirizações, desemprego, perda de renda, salários baixos, gastos extras com compras de EPIs, transporte alternativo e alimentação)”, detalhou a coordenadora do estudo, Maria Helena Machado (Fonte: www.portal.fiocruz.br)
Já se passaram quase um ano após este levantamento, de lá para cá as coisas só pioraram, cada dia mais recebo de meus irmãos e irmãs de profissão, relatos e pedidos de ajuda para que olhem por eles. Montenegro é conhecida como uma cidade acolhedora, e de um povo de bom coração, nossas políticas na área da saúde são reconhecidas em toda a região. Não podemos de forma alguma, como legisladores que somos, deixar de valorizar estes profissionais, trabalhando incansavelmente para que eles possam exercer sua profissão de maneira digna e respeitosa.
Em agosto de 2019, um estudo encomendado pelos conselhos regionais das categorias entrevistou 6.832 profissionais (4.107 enfermeiros, 1.640 médicos e 1.085 farmacêuticos) e revelou que 71,6% deles já sofreram agressão física ou verbal em ambiente de trabalho. No mesmo ano, uma pesquisa realizada pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) com 20 mil trabalhadores de saúde de países latino-americanos mostrou que 66,7% dos entrevistados enfrentaram situações semelhantes em 2015, um aumento considerável em relação ao último levantamento (2006), cujo índice de agressão era de 54,6% (Fonte: https://summitsaude.estadao.com.br/).
Semelhante ao Brasil, o cargo da enfermagem é detido em sua maioria por mulheres nos Estados Unidos, representando 85% de todos os profissionais. De acordo com o professor Matthew Davis, da Escola de Enfermagem da Universidade de Michigan, a taxa de suicídios absurdamente maior entre as enfermeiras surpreendeu os envolvidos no estudo, que apontam a carga física e psicológica imposta sobre as enfermeiras que, além da necessidade de conciliar a vida pessoal e doméstica, são forçadas ao limite em suas profissões (Fonte: istoedinheiro.com.br).
Quando estive em Brasília entreguei em mãos ao Senador Luís Carlos Heinze moção de apoio ao piso salarial dos profissionais da enfermagem. Minhas fontes em Brasília me informaram que até o dia 25 de fevereiro o texto estará analisado e pronto para ser encaminhado ao plenário.
Para concluir me coloco à disposição de todos os agentes da saúde que queiram de forma respeitosa e ordeira juntar-se a mim nesta luta, uma luta que não é somente minha, mas de toda a sociedade que demanda atendimento destes profissionais.