Chamou a atenção de nossos leitores o fato de que fomos provavelmente o único meio de comunicação de Santa Catarina que não reproduziu a reportagem do The Intercept Brasil. Chega a hora, portanto, de nos posicionarmos a respeito do caso. Tivemos acesso a reportagem “Em audiência, juíza de SC induz menina de 11 anos grávida após estupro a desistir de aborto legal” minutos após ter sido publicada. Recebemos uma saraivada de mensagens de parceiros jornalísticos de todo o Brasil questionando o JR acerca de informações sobre o caso. Afinal, o episódio se desenrolou em nossa cidade. Nosso time de reportagem leu repetidas vezes a íntegra da reportagem e os desdobramentos imediatos gerados por sua publicação. Acompanhamos de perto tudo o que estava acontecendo, todavia, sem reproduzir nada. Você pode se perguntar: por que? A resposta é muito simples. Responsabilidade (jornalrazão.com).
Arrisco dizer que 99% das pessoas que compartilharam a reportagem original do The Intercept e as cópias da mesma veiculadas pela mídia em todo o país sequer leram o restante ou tentaram interpretar os fatos. Causa estranheza o fato de que, apesar de se ter acesso a todo o caso, afinal, o vídeo não surgiu sozinho na pasta do Windows das jornalistas, em nenhum momento foi mencionado na reportagem as evidências, suspeitas e diligências indicando a idade e identidade do estuprador. O delegado Alison Rocha, da Polícia Civil de Santa Catarina, responsável por conduzir o caso, confirmou em entrevista ao portal TopElegance, que a linha de investigação aponta três pontos importantíssimos para a discussão: 1- O principal suspeito de ter engravidado a criança de 11 anos é meio-irmão da vítima e tem 13 anos. Ou seja, também é uma criança. 2- Existem elementos indicando se tratar de uma possível relação consentida, que era de conhecimento do padrasto e da mãe da menina. 3- A investigação apurou elementos indicando um planejamento por parte do abre aspas “casal” (afinal, duas crianças de 13 e 11 anos jamais poderiam constituir um casal) para que ocorressem as relações sexuais que culminaram na gravidez (jornalrazão.com).
Diariamente nos deparamos em nossas timelines com aqueles títulos chamativos, quase inacreditáveis. Parece padrão, você abre uma notícia de qualquer lugar do mundo, de um blogueiro ou influencer local, e o formato das notícias são sempre os mesmos. Nada disto é por acaso. Poucos canais de notícias nos dias atuais se aprofundam nas matérias que publicam. Carreiras, famílias e negócios são destruídos em questão de segundos, tudo com um simples click.
O caso desta menina exemplifica o caos em que nosso mundo vive, de repente uma investigação em sigilo de justiça, simplesmente é vazada por motivos ideológicos. Um exército de abortistas e simpatizantes miram sua atenção para uma cidade de Santa Catarina. A menina e todas as circunstâncias e fatos que levaram a esta situação são deixados de lado. Milhões de pessoas conscientes ou inconscientes em coro replicam “morte ao fruto do seu ventre”.
Com o tempo você percebe que nessas horas o melhor a fazer é esperar os fatos virem à tona, parece que tardiamente isto está acontecendo com vários veículos de imprensa. Mas desculpas não trarão a vida desse inocente de volta e nem apagará da mente dessa menina o trauma sofrido.