Dois em cada três brasileiros relataram enfrentar dificuldades nas atividades do cotidiano. “Com isso, eles se divertem menos, têm menos chances no mercado de trabalho, não têm as mesmas oportunidades educacionais que os ouvintes têm”. A falta de acolhimento e inclusão limitam o acesso dos surdos às oportunidades básicas, como educação (somente 7% têm ensino superior completo; 15% frequentaram até o ensino médio, 46% até o fundamental e 32% não possuem grau de instrução). (fonte: Agência Brasil).
Não foi possível encontrar dados que retratem com fidelidade a quantidade de pessoas completamente surdas ou com algum grau de surdez específico em nossa cidade, mas acreditamos, dado o quantitativo acima, que nossos números não sejam poucos.
Em 2018 tive uma experiência única ao trabalhar em uma multinacional instalada em nossa cidade com pessoas portadoras de inúmeras necessidades, entre elas a surdez. Foi muito gratificante ver o quanto a inclusão destas pessoas proporcionou, tanto para elas como para mim, crescimento humano.
Outro fato que me chamou a atenção foi a posse do nosso Presidente Jair Bolsonaro, onde a Primeira Dama Michele Bolsonaro discursou utilizando a linguagem de libras.Constatei que todos os discursos, sejam eles do executivo ou do legislativo federal contam com intérprete de libras. Já existe desde 2002 no Brasil uma legislação que trata da inclusão da Libras nas repartições públicas e privadas do País. A lei 10.436, de 24 de Abril de 2002 sancionada pelo então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso.
Pensando em incluir um intérprete de Libras na nossa Câmara de Vereadores levei o debate para dentro do nosso legislativo, para minha surpresa, existe uma resistência por parte de alguns para levarmos o projeto adiante. Esperava que fosse mais fácil a aceitação, mas isto não ocorreu até o momento.
No orçamento plurianual da nossa Câmara está previsto para os próximos anos um total de R$ 270.000,00 destinados à comunicação social. A pergunta que tenho feito para os que resistem é: Qual a dificuldades de incluirmos as pessoas com dificuldades especiais no processo político e social em nossa Câmara?
Durante a Sessão Ordinária do dia 2 de 2020, foi apreciado e aprovado por unanimidade o Projeto de Resolução, oriundo do Legislativo, que dispõe sobre a obrigatoriedade da presença de intérprete de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, nos eventos oficiais promovidos pela Câmara Municipal de Vereadores de Osório.O projeto de resolução tem foco na inclusão, principalmente, de pessoas que possuem alguma deficiência auditiva e de comunicação verbal. Com um intérprete de LIBRAS nos eventos oficiais promovidos pela Câmara, pessoas que atualmente não conseguem acompanhar os trabalhos desenvolvidos pela Casa poderão contribuir com as mais variadas discussões que pautam o cotidiano deste Poder (fonte: Câmara de Vereadores de Osório)
Podemos perceber que cada dia mais, as Câmaras Municipais do nosso Estado estão percebendo a necessidade de incluir a população com necessidades especiais no debate político, e nas decisões que podem afetá-las diretamente.
Estarei levando este debate ao público em geral nos próximos dias, para que juntos possamos sensibilizar nosso legislativo sobre a importância deste projeto.