A mamografia bilateral continua sendo o exame mais importante para o diagnóstico em fases subclínicas de um câncer de mama. Há vários estudos que comprovam redução de mortalidade em torno de 30% entre pacientes assintomáticas que realizaram rastreamento mamográfico. Mas, durante a pandemia, houve uma queda importante na realização deste exame na faixa etária acima de 50 anos.
Esse comportamento teve maior impacto no setor oncológico e acompanhamento de doenças crônicas, com uma queda no número de mamografias, exames histológicos e citológicos de mama em 2020, quando comparado ao ano anterior. Segundo dados do Sistema de Informação Sobre Câncer (SISCAN), para as mamografias, a redução foi de cerca de 40%, caindo de 3.072.479 exames em 2019 para apenas 1.856.653 em 2020. Nos exames histológicos, a queda foi de 18% em relação a 2019. Os exames citológicos da mama, por sua vez, registraram recuo de 33%.
As consequências foram atrasos diagnósticos e maior taxa de pacientes com a doença identificada em serviços de emergência ou em estágios mais avançados. Isso diminuiu as possibilidades de tratamento curativo nos casos recém-detectados, o que pode impactar na mortalidade futura do câncer de mama. É esperado, por exemplo, um aumento de 0,5% nessa taxa nos EUA, em 2030.
E quem deve realizar a mamografia de rastreamento? Pelas orientações da Sociedade Brasileira de Mastologia, do Colégio Brasileiro de Radiologia e da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, todas as mulheres com mais de 40 anos devem realizar a mamografia anualmente. E o rastreamento do público feminino com risco populacional usual deve ser continuado anualmente para àquelas com expectativa de vida superior a sete anos, com base nas suas comorbidades.
Vale, portanto, já no início do ano, organizar o calendário dos exames de rastreamento, lembrando sempre que o “câncer não espera”, e que o diagnóstico em fase subclínica de câncer de mama pela mamografia é fundamental para a cura da doença. Mulheres não deixem de fazer mamografia anualmente!