Sem dinheiro na crise. E agora?

A.G. Olyver
Escritor

Diferente da crise de 2008, quando o trabalhador das indústrias perdia o emprego, mas conseguia encontrar um bote salva-vidas nas empresas de serviço, hoje são as empresas de serviços que estão tendo dificuldades de manter as portas abertas e tanto indústrias quanto as prestadoras de serviço estão tendo que demitir ou reduzir cargas horárias e, claro, os salários. Nesse meio tempo, o governo faz o que pode para amenizar o impacto, mas sabemos que se nós mesmos não fizermos alguma coisa, a ponta mais fraca, que somos nós, é onde estoura.

Com a perda massiva de empregos, a renda média está caindo e, assim, também o consumo. Isso leva a uma recessão que já está batendo à porta. Porém, ainda está em tempo de se preparar para ela. As pessoas que já se prepararam para isso, que sempre construíram suas reservas de emergência ou possuem ativos a serem vendidos estarão mais tranqüilas; as que sempre viveram a vida como uma aventura vão sentir na pele (e no estômago) o resultado dessa escolha. Porém, ainda é possível amenizar isso tudo.

O que importa agora é lembrar que não existem formas de você administrar sua vida hoje, como se fosse ontem, pois você não tem mais a mesma renda de antes. Como nós tendemos a modelar nossa vida de consumo com base na nossa renda, precisamos remodelá-la novamente com base na renda em que nos encontramos agora. Reveja seu estilo de vida.

Comece se livrando daquilo é supérfluo. Se for necessário, como você vai ficar em casa por muitos dias, pense em vender (se estiver faltando dinheiro) seu meio de condução, seja bicicleta, moto ou carro. Pense que você também pode se mudar para um local menor, com custo muito mais baixo (se essa for uma possibilidade). Aproveite e coloque sua cabeça para funcionar. Pense de forma criativa em formas de ganhar uma renda extra, seja vendendo coisas pela internet, em grupos de Facebook, ou fazendo algum serviço online, como produção e revisão de textos e artigos, tradução, aulas online, auxílio informático por acesso remoto, design gráfico e etc. Vai se adaptar melhor sempre aquele que tiver a mente aberta e for flexível no seu estilo de vida.

O mundo está mudando, mude junto ou você vai desaparecer. O Home Office é a tendência do futuro e quanto mais cedo você se adaptar a ele (o que está sendo quase obrigatório nessa crise) melhor. O mundo online permite que você saia da baixa escala e salte para a alta escala. Seu alcance é maior, suas possibilidades são infinitas.

Se você já tem sua empresa, negocie tudo. Utilize-se de todos os seus relacionamentos, seja com fornecedor ou com cliente e seja claro e aberto: você precisa de ajuda. Seja na compra de um vale, um voucher para ser utilizado posteriormente, na permuta de algum serviço, de alguma forma para que você possa sobreviver a essa crise. Lembre-se que esse momento não é sobre lucro, é sobre sobrevivência. E, nessa hora, seu concorrente é, de fato, seu parceiro. Se vocês não se ajudarem, todos vão afundar. Concorrentes precisam se unir para se tornarem canais de venda uns para os outros, dos itens que melhor podem ser vendidos por esta ou por aquela outra empresa. Seja inteligente e adaptável nesse momento de crise. Mude seus hábitos e atualize-se, ou desapareça.

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