Essa semana, tive uma conversa que me fez refletir sobre a nossa necessidade de pertencer a alguma coisa, seja um grupo de amigos, de esporte, uma sociedade beneficente e por aí vai. Nós, como animais sociais, temos essa urgência de estar entre outros seres humanos, de fazer parte de algo que vai além de nós como indivíduos. Fazer parte de uma coletividade.
Porém, quando essa necessidade se torna uma prisão, este é o momento de deixar o grupo. E, por prisão, refiro-me a dogmas imutáveis que prendem a mente, impedem a investigação e não alimentam a reflexão. Esses grupos dogmáticos são encontrados em diversas camadas sociais, do crime à igreja. Círculos sociais são repletos de “formas de pensar” que, muitas vezes, viram regras duras. Todos os indivíduos daquele grupo precisam obrigatoriamente ver as coisas através do prisma daquela coletividade, caso contrário, serão extirpados daquele meio.
As religiões, com exceção do budismo e algumas pouquíssimas outras, tendem a ser estritamente dogmáticas, possuidoras da verdade única, onde a reflexão e a livre investigação da verdade são ativamente combatidas sob o mando do “perigo de desvirtuar o fiel”. Porém, quando a livre investigação é combatida, então temos despotismo. Entretanto, é importante lembrar que não existem autoridades absolutas sobre assunto nenhum. Nós, como seres humanos, sabemos nada, ou quase nada, do que a realidade em que estamos inseridos realmente é, apenas divagamos. E, se somos impossibilitados de questionar, de duvidar, de refletir sobre qualquer coisa, então somos jogados novamente nas trevas de onde os grandes iluministas nos tiraram. As trevas da ignorância e do fanatismo religioso ou social.
Devemos, sim, como seres humanos e como animais sociais, pertencer a um grupo maior, uma coletividade, porém devemos ter em mente também que temos o dever de trabalhar em prol dessa mesma coletividade para que ela permaneça em constante evolução. E, para se manter em constante evolução é necessário, mais que isso, obrigatório, que se questione, que se reflita e se duvide. É através das questões que novos conhecimentos são desenvolvidos e novas descobertas são feitas. Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas.
Por isso, não tema, duvide, questione, incomode. Se você não está satisfeito com a resposta, não se contente, não se contenha. Busque. Vivemos em um novo momento do iluminismo, onde a informação cai em nosso colo aos montes, porém cabe a nós organizá-la e transformá-la em conhecimento. Sejamos luz nas trevas da ignorância! Estejamos alerta e tenhamos firmeza!