Ontem tive a honra de ser lembrado da fragilidade da condição humana e de sua capacidade de se adaptar a, praticamente, qualquer coisa. Porém, também fui lembrado de que nós, enquanto seres humanos, somos seres coletivos. E isso não significa que simplesmente precisamos viver em sociedade, mas que precisamos viver em união; isto é, protegendo-se, ajudando-se e consolando-se, mutuamente.
Quando vemos nossos semelhantes em condições degradantes e não sentimos o ímpeto de ajudá-los, então deixamos de ser humanos. Quando vemos um semelhante com dor e não sentimos empatia e vontade de consolá-lo, deixamos de ser humanos; pois tudo o que nos faz humanos é essa consciência da vida, da existência de outros seres também sencientes e do ambiente no qual estamos inseridos.
Ser humano consiste em amar nossos iguais e saber que tudo o que fazemos pelos outros fazemos por nós mesmos. Auxiliar alguém é cuidar de si mesmo, pois todos somos parte de uma só coisa: a humanidade; e, em um sentido mais profundo, da própria vida, da própria existência. Não há outro ser vivo com essa habilidade de se por no lugar do outro, de reflexão, de aprimoramento por vontade própria. O ser humano é um ser especial. Somos uma espécie abençoada de tantas formas que não nos damos conta; mas só existimos plenamente quando percebemos que virar as costas para outros de nós, que passam por dificuldades, é virar as costas para nós mesmos; que fazer mal a outros é fazer mal a nós mesmos. Somos todos instâncias de uma única coisa, de uma única vida.
Se formos parar para perceber o quanto dependemos de outros como nós, veremos o quão importante é essa ajuda e proteção, enquanto humanidade. Essa necessidade de nos ajudarmos, de nos elevarmos em conjunto como espécie, como sociedade, é primordial. Não é um trabalho solo, muito pelo contrário, não há nada “solo” em ser humano. Não funcionamos assim.
Um dia, um grande homem disse: “O que fizemos apenas por nós mesmos morre conosco; o que fizemos pelos outros e pelo mundo permanece e é imortal”. E essa é a síntese de ser humano. Leve essa frase consigo e paute sua vida nela. Você, por você, é só você. Você, pelos outros, é todo mundo, e para sempre. Por isso, entristeça-se pela tristeza dos outros, chore pelas dores dos outros, e também sorria por suas alegrias e comemore suas conquistas, pois, no fim do dia, somos todos uma única coisa: humanidade. E esta perdurará para sempre.
