Se não tem estômago, não leia…

A.G. Olyver
Escritor

O dia 10 de Janeiro vai ficar marcado na minha mente, pelo resto da vida. Nesse dia perdi uma de minhas irmãs – a mais nova delas – para as complicações de um processo de tratamento que não estava mais dando certo.
“A vida é injusta”, com certeza, pensou alguns familiares e os amigos mais próximos que a conheciam. “Deus é injusto”, alguns devem ter pensado também, com aquela raiva natural de quem perde alguém amado; aquela inconformidade. Porém, eu não. Não que eu não sinta a dor da perda, e sei que sentirei a sua falta, pois a amava muito e era para mim uma segunda mãe. Todavia, ao longo da minha vida, tive a graça de estar sempre conectado a algo maior, algo além, a Deus. E, através dessa conexão, aprendi muito, e também entendi que a vida segue um fluxo claro e simples: você nasce, cresce, apaixona-se, vibra, chora, envelhece e, eventualmente, parte para outro caminho: o Oriente Eterno, de onde vem toda a verdadeira luz.
A grande diferença está entre realmente compreender isso, esse processo natural da existência. A grande maioria das pessoas imagina como é e quer acreditar que seja assim, porém poucos realmente internalizam que as coisas são assim e essa partida é só uma etapa vencida para iniciar uma nova aventura em terras desconhecidas. A vida segue, ninguém realmente morre.
A questão é que esse momento em que estamos interagindo uns com os outros aqui, nessa Terra, é fugaz e fugidio; tão breve que não deveríamos perder tempo com tristezas, com mágoas ou outros vícios. Essa vida aqui é demasiada efêmera para que seja desperdiçada com tão baixos sentimentos. Por isso, meu texto de hoje é sobre amor. Esse amor fraternal, onde um ser humano deveria amar o outro pelo simples motivo de ser humano. Mesmo sem conhecer, mesmo sem nunca ter visto aquela pessoa, ame-a. Ela é como você e não é livre de vícios, de tristezas e dor. Ela, como você, também precisa de amor, e precisa de carinho e atenção. Ela, como você, é a expressão do amor dado por Deus: ela vive.
Há muito aprendi uma expressão com meus irmãos que diz: “Se quiser bem empregar a vida, pensa na morte”. A morte é a maior niveladora de todos, é justa sobre o pobre e o rico, sobre o doente e o saudável. E ela vem, e não avisa. Por isso viva, perdoe, ame e não desperdice esse presente de Deus com sentimentos ruins. Você nasceu do amor, para amar.

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