Onde está Deus? Por que me abandonou?

Algumas poucas coisas na vida eu tenho certeza, porque aprendi com o Professor Girafales que “somente os idiotas têm sempre certeza do que dizem.” Entretanto, mesmo assim, mesmo arriscando assumir esse papel de “idiota”, eu detenho certeza absoluta sobre algumas coisas que, depois de experimentadas, não podem ser ignoradas. Uma dessas coisas, que vou tratar no texto de hoje, é a comunicação de Deus com a gente.

É muito comum ouvirmos de pessoas magoadas, feridas ou decepcionadas, que Deus não as ouve, não as ajuda, que lhes abandonou, que não se importa. E é compreensível essa indignação, ainda que equivocada, porque para essa pessoa, parece que é isso mesmo. Entretanto, o que ela não sabe, é que não ouvir a Deus, não ser ajudada por Ele, é uma decisão dela, não dEle.

Deus está constantemente conectado a nós, porque, de fato, nós estamos nEle. Ele está o tempo todo influindo suas palavras, suas vontades, suas dicas, seus ensinamentos aos nossos ouvidos que, fechados por escolha própria, acabam ignorando todo o seu carinho.

A verdade é que Deus está sempre conosco, o tempo todo; mesmo o maior dos pecadores do mundo, está acompanhado de Deus. O problema é que, quanto maior os erros conscientes, os vícios, o apego ao mundo material, maior é a escuridão que cerca o indivíduo e o impede que ouça a Deus, que receba dEle seu perfeito guia para uma vida plena e feliz.

Mas, e porque Deus simplesmente não enfia goela abaixo essa felicidade se tanto se importa conosco? Ora, se existe uma coisa que Deus tem por nós é Amor, e este é tamanho, além do que podemos imaginar, que seu respeito por nosso livre arbítrio é absoluto. Se você resolver bater com a cabeça na parede, Ele vai lhe dizer para não fazer isso, mas, no fim do dia, a decisão é sua. E Ele vai respeitá-la.

As coisas ruins na vida acontecem, não porque Deus está castigando (esse é um pensamento ridículo, e até maligno), mas porque você é humano e falho e, sem ouvir a Deus que nos guia perfeitamente, tende a fazer mal a si mesmo através de péssimas escolhas influenciadas por desejos e vícios mundanos. “Ah, mas e um bebê que sofre algum problema? Ele não tem escolhas, nem pecado para ser castigado”. Exatamente. Mesmo que um bebê ouça a inspiração de Deus, o que ele consegue fazer por si? Nada.

Os pais, pelo contrário, se ouvissem a Deus plenamente, seguiriam um fluxo de felicidade que faria com que aquele bebê estivesse sempre bem; porque Deus também atua através dos outros para ajudar a nós. Porém, tudo depende dos outros conseguirem ouvir também. É por isso que o texto bíblico diz que “os pecados dos pais recaem sobre os filhos”, não por punição divina, mas porque os pais não são aptos a cuidar dos filhos da forma que Deus lhes inspira, pois não ouvem a Ele. E aquele erro se torna um círculo vicioso e passa de geração em geração.

Então, o que fazer? Ora, primeiro de tudo é preciso se distanciar daquilo que incita o seu lado animal, que reforça seus vícios materiais, seus desejos egoístas. Assim, enfraquecendo essas trevas que cegam e ensurdecem, pouco a pouco, buscando a Deus em introspecção e oração, começa-se a ouvi-Lo novamente e, seguindo seus desígnios, então se tem uma vida de mais plenitude e felicidade. Mas tudo começa com aquele primeiro passo em direção a Ele que, por experiência própria, quanto mais cedo começar, melhor.

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