Esse mês retomei a escrita de um livro que comecei em 2012, há nove anos. Um livro que, para escrever uma página, toma-me quase meio dia de pesquisa, estudo e reflexão. Esse texto, que agora dou continuidade, trata de uma figura muito obscura do século dezoito, cujo título é conhecido por qualquer pessoa que teve um contato, mesmo que breve, com qualquer texto místico. Seu nome? Ora, não o revelarei aqui, mas sua alcunha é bem famosa: O Conde de Saint-Germain. Um filósofo e alquimista que muito burburinho causou nas cortes européias durante sua vida.
Detentor de uma sabedoria profunda e de hábitos excêntricos, essa figura iluminista deixou uma herança riquíssima no imaginário popular. Era tido como um imortal, sempre jovem, extremamente rico, que tinha o poder de curar qualquer doença e de transformar chumbo em ouro.
O que muitos não sabem, é que o Conde de Saint-Germain foi um jovem apaixonado, criado e instruído no palácio do último dos Médici Grão Duques da Toscana: Don Gian Gastone. Letrado, conhecia tantas ciências e falava tantos idiomas que, aos outros, parecia-lhes que falava apenas um.
Escrever sobre uma figura de caráter e conhecimentos tão profundos não é uma tarefa fácil. É preciso estar aberto a uma inspiração superior. É quase como ouvir os sussurros do próprio Conde enquanto me conta suas aventuras e suas descobertas pela Terra. Aprendo muito escrevendo sobre ele, tanto quanto lendo sobre suas proezas.
Uma pessoa que influenciou tantos iluministas, antes mesmo destes pensarem em fazer uma revolução mental na Europa daquele século, e praticamente moldou o pensamento humanista que viria a nascer daquele movimento. Porém, como é tendência a acontecer, seu ensinamento foi deturpado e o que ele havia promovido foi esquecido ou desfigurado até se tornar no pensamento frio e materialista que hoje temos como rebento do “iluminismo”.
Porém, eis que se aproxima sua história e é renovado o seu conhecimento, seu amor pela filosofia, pelo ser humano, pelo amor e por Deus, do qual tudo provém. O Conde, esse livro que está quase levando uma década para ficar pronto, traz esse retorno do verdadeiro iluminismo promovido por essa figura lendária, capaz de feitos extraordinários, mas de uma simplicidade inacreditável. Um homem em busca de seu amor e que, através dessa busca, aprendeu tanto e, por fim, assimilou a filosofia de todos os povos. Sabedoria essa que ele compilou em um texto jamais decifrado, chamado de A Santíssima Trinosofia; cujos muitos falsos livros tentam imitar, utilizando-se do mesmo nome.
Esses seres que aparecem esporadicamente no mundo e trazem uma transformação tão grande deveriam ser objetos de estudo obrigatórios na vida de todas as pessoas; mas, infelizmente, não são. Por isso faço dessa a minha bandeira e, assim, busco finalizar esse texto antes que feche dez anos, para poder compartilhar com todos a profundeza da alma desse homem mítico, o Conde de Saint-Germain. E assim levar um pouco mais desse verdadeiro iluminismo aos leitores. Para que sempre aprendam, cresçam e evoluam.