Isso você não aprende na escola, mas deveria

Hoje vou contar a vocês uma ou duas coisas sobre esses que, há exatos 712 anos, tiveram 54 membros seus queimados na fogueira por heresia, a mando do rei Filipe IV, o Belo, da França: Os Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, os Cavaleiros Templários.

Formados sob o Monte do Templo em Jerusalém por sete Cavaleiros da 1ª Cruzada, sob proteção e a serviço do Papado e da Igreja Católica na época, os Templários prosperaram acumulando riquezas e desenvolvendo tecnologicamente as cidades onde se estabeleciam. Aprimoraram as navegações (era os maiores navegadores que existiam na sua época), a agricultura e a construção. Tornaram-se tão ricos que emprestavam dinheiro para as monarquias e até mesmo inventaram o “cheque-viagem” para que os viajantes pudessem levar seu dinheiro de um lugar para o outro em segurança.

Quase todas as grandes cidades da Europa possuíam um Templo onde os Templários locais viviam. Eram monges celibatários e guerreiros ferozes, cujas espadas, de punho em cruz, serviam ao povo Cristão, protegendo-os, auxiliando-os e os amparando.

Entretanto, veio o dia em que Filipe IV, cujo Reino da França estava quebrado e, pegando empréstimos atrás de empréstimos com os Templários, não conseguindo quitar suas dívidas, fez um movimento arriscado: através de suborno e ameaças conseguiu que seu amigo próximo, e cardeal, fosse eleito Papa: Clemente V. E, junto dele, orquestrou a destruição de seus credores. Acusaram falsamente os Templários de adorarem o demônio na figura de Baphomet e, assim, por heresia, condenaram todos à morte e foi expedida a dissolução dos Templários. Então, os Cavaleiros do Templo de Salomão, que por séculos tinham protegido e lutado pelos Cristãos, através de uma bula papal, tinham se tornado inimigos da Cristandade. Não é necessário explicar que quando isso acontecia, toda a riqueza dos condenados ficava para a Igreja, não é? Dessa forma a dívida da França seria simplesmente perdoada pelo amigo pessoal do rei Filipe IV.

Muitos fugiram, mas a grande maioria morreu nas mãos do rei Filipe IV e do Papa Clemente V. Todavia, Jacques Demolay, que foi o último Grão Mestre Templário, em suas palavras finais antes de queimar na fogueira, em uma sexta-feira 13 (suposta origem dessa tradição), amaldiçoou o Papa e o rei a morrerem em menos de um ano, não deixando descendentes, nem legado. E, por destino ou coincidência, assim aconteceu. Ambos morreram logo depois, incluindo os filhos de Filipe, não deixando nenhuma descendência.

Mas, para encerrar, talvez a maior curiosidade seja a de que, mesmo com a ordem Papal de destruir os Templários emitida para todos os reinos Cristãos da época, Dom Dinis I, rei de Portugal, mexeu seus pauzinhos por anos e, ainda que dissolvendo a Ordem, como era obrigado, não mandou matar e protegeu os Templários de Portugal, transformando-os em Ordem de Cristo, sob controle de Portugal. A mesma Ordem de Cristo cujas caravelas (que traziam a Cruz Templária nas velas) aportaram no Brasil com Cabral. Esse carinho de Dom Dinis I com os Templários devia-se ao legado deixado pelo primeiro rei de Portugal, aclamado pelo povo, chamado Dom Afonso Henriques, que fora ele mesmo um Cavaleiro Templário. Assim, vê-se que tanto Portugal quanto o Brasil, foram criados à luz da Cruz Templária e de seu legado, ainda que no último escondido sob o nome da Ordem de Cristo.

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