Eu não gosto do Natal

Parece impossível acreditar que existem pessoas que não gostam do Natal; e elas dão as mais diversas explicações para isso: “máquina do capitalismo”, “festa pagã romana”, “sou teu”, “Aí, Jesus não nasceu no dia 25” e por aí vai. É como se você, sem ser religioso, ou de religião específica, fosse proibido de celebrar o Natal, e isso sim é inacreditável. É como se o dia 25 fosse exclusivo; coisa que não é.

Eu não! Eu amo o Natal! Não porque Jesus teria nascido nesse dia, ou porque é uma festa capitalista pagã da Saturnália para celebrar o Sol Invictus romano, não. Eu amo o Natal porque ele é um dia de amor, de carinho, de confraternização, de humanização do mundo. Seria bom que todos os dias fossem como o Natal? Óbvio que sim, mas infelizmente não são. E, assim sendo, tendo o Natal para manter essa chama, essa esperança de uma fraternidade universal, pelo menos um dia no ano, já é alguma coisa.

O Natal transcende sua origem, que é Católica, criado nos primeiros séculos do Cristianismo, ainda no Império Romano. Ele representa o amor puro que é celebrado com as pessoas mais importantes das nossas vidas, sejam familiares ou amigos. O Natal é um dia de união, de perdão, de esperança, de fé e, acima de tudo, de caridade. Ele também transcende as religiões e é vivido pelos mais diversos religiosos do mundo todo, inclusive por alguns ateus. E, arrisco a dizer que o Natal é o dia mais importante do ano para a humanidade, exatamente por ser um dia de puro amor universal.

É o dia onde as pessoas dão presentes, recebem presentes, fazem caridade. É o dia onde os mais pobres são alimentados com um pouco de esperança de dias melhores, onde as feridas da tristeza são tratadas, dando mais fôlego aos enfermos para continuar a luta. O Natal é um dia de puro amor, realmente.

Eu venho de uma infância onde o Natal era celebrado com dificuldades, muitas dificuldades, mas sempre era vivido com todo o amor do mundo. Nem sempre tínhamos condições para presentes, ou mesmo a mais simples “cestinhas de natal”, mas nunca faltou amor e, claro, algum agrado adocicado para passar o dia.
Hoje o meu Natal é mais farto, mas ainda assim não me permito que seja pura fartura, porque não é justo que haja excedentes enquanto tantos não têm nada. E, hoje, com muita alegria, posso compartilhar um pouco do que tenho, ainda que veladamente, com aqueles que não têm muito. Mesmo que eles nem saibam. Mas o sorriso no rosto deles é ouro.

Por isso você, que atingiu um nível de conforto, sucesso e fartura na sua vida, saiba olhar para trás, e abra bem os olhos. Reparta, divida, pois o amor e a caridade são as únicas coisas que, ao dividir, são multiplicadas. Saiba que todo aquele que sofre, luta, e sobrevive, é como você. Pense no seu dia mais assustador, mais tenebroso, e saiba que esse dia é, provavelmente, o dia a dia dessas pessoas. Compadeça-se e ajude. Seja luz no mundo.

Eu desejo a todos um Natal cheio de luz, de amor, de caridade e de fé. De união, de perdão e de felicidades. Nunca deixem de buscar ser, cada dia mais, humano. Baruch haShem!

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